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Por Ranier Bragon, Carolina Linhares e Victoria Azevedo
(Folhapress) – O PT foi fundamental para a aprovação nesta quarta-feira (17) da manobra do centrão que recolocou a previsão de votação secreta na PEC da Blindagem, medida que dá ao Congresso poder de barrar investigações no STF (Supremo Tribunal Federal) contra deputados e senadores.
O expediente capitaneado pelo centrão foi aprovado por 314 votos, apenas 6 a mais do que o mínimo necessário em se tratando de emenda à Constituição.
O PT orientou posição contra a medida, mas 8 parlamentares do partido votaram a favor.
Houve também posição relevante contra a medida no PSD de Gilberto Kassab. No MDB, o partido orientou voto a favor, mas o presidente do partido, Baleia Rossi (SP), e outros 6 votaram contra.
Nos bastidores, o objetivo de governistas e do PT com o gesto é garantir apoio do centrão para barrar a anistia ampla aos condenados pela trama golpista e os ataques de 8 de janeiro de 2023.
PEC da Impunidade
O tema deve ser votado ainda nesta quarta-feira. A expectativa de governistas é que o centrão, que é majoritário na Câmara, ajude a barrar o perdão amplo e apoie um texto meio-termo, que reduza penas dos condenados, o que deve incluir Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar a tentativa de golpe.
A manobra do centrão adotada nesta quarta foi capitaneada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que recorreu a expediente criado por Eduardo Cunha (RJ) e usado por Arthur Lira (PP-AL), dois dos padrinhos políticos do atual presidente da Câmara.
Hugo Motta (Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados)
Ela consistiu na apresentação da chamada “emenda aglutinativa” para realizar novamente uma votação em busca de um novo resultado.
Na noite de terça, o centrão havia sido derrotado com a retirada da previsão de votação secreta para autorizar processos contra parlamentares.