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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encaminhou nesta quinta-feira (18) um pedido à Suprema Corte para obter autorização a fim de demitir Lisa Cook, integrante do Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
O movimento é considerado sem precedentes desde a criação do Fed em 1913 e levanta questionamentos sobre a independência da instituição diante do poder presidencial.
Trump acusa Cook de ter cometido fraude em contratos de hipoteca antes de sua nomeação em 2022, quando foi indicada pelo então presidente Joe Biden. A governadora nega as acusações.
A Justiça já havia imposto um bloqueio temporário à decisão de Trump, alegando que a lei de criação do Fed só permite a remoção de membros do conselho por “justa causa” relacionada ao período do mandato — e não por fatos anteriores.
Mesmo assim, a Casa Branca insiste que o presidente tem direito de demitir membros do Fed e que os tribunais não deveriam interferir nesse poder.
Lisa Cook é a primeira mulher negra a ocupar este cargo no Fed
Lisa Cook, primeira mulher negra a ocupar o cargo de governadora do Fed, acionou a Justiça em agosto alegando perseguição política. Para ela, a tentativa de destituição está ligada às suas posições sobre política monetária, já que Trump vem pressionando por cortes mais agressivos na taxa de juros.
A disputa gera preocupações entre economistas e investidores, que veem riscos à autonomia do Fed, considerada essencial para a condução equilibrada da política monetária e para o controle da inflação.
A decisão agora está nas mãos da Suprema Corte, que em outros casos já autorizou Trump a substituir dirigentes de agências federais independentes. No entanto, há sinais de que o tribunal pode tratar o Fed de forma diferente, reconhecendo seu papel único e sua tradição histórica de autonomia.
