O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebe nesta terça-feira (14) o presidente argentino Javier Milei na Casa Branca, em Washington. O encontro acontece paralelamente às reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que reúnem líderes globais na capital americana.
A visita ocorre poucos dias após o governo norte-americano confirmar um pacote de apoio financeiro de US$ 20 bilhões à Argentina, por meio de um acordo de swap cambial entre o Tesouro dos EUA e o Banco Central argentino. Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o objetivo é garantir estabilidade aos mercados e fortalecer as reservas internacionais do país vizinho.
“O Tesouro dos EUA está preparado, imediatamente, para tomar quaisquer medidas excepcionais que se mostrem necessárias para garantir a estabilidade dos mercados”, afirmou Bessent.
Além da ajuda americana, o Banco Mundial anunciou a aceleração de um programa de US$ 12 bilhões destinado à Argentina, com até US$ 4 bilhões previstos para os próximos meses. O foco do pacote é impulsionar setores estratégicos da economia, como mineração, turismo, energia e pequenas e médias empresas.
De acordo com a instituição, o plano visa apoiar as reformas estruturais propostas pelo governo Milei e fomentar o crescimento de longo prazo do país. Ainda não há, no entanto, um cronograma definido para a liberação dos recursos.
Crise e instabilidade política na Argentina
A ajuda financeira chega em um momento delicado para o governo argentino. Após a derrota nas eleições legislativas em Buenos Aires — o primeiro grande teste político de Milei — os mercados reagiram de forma negativa. O índice S&P Merval despencou 13,23%, enquanto os títulos públicos de longo prazo caíram quase 8%.
O peso argentino também sofreu forte desvalorização, chegando a 1.423 por dólar, em meio a temores de que o governo não consiga avançar com suas propostas de ajuste fiscal e corte de gastos.
Diante da pressão, o Banco Central da Argentina voltou a intervir no câmbio para conter a alta do dólar. O cenário começou a se estabilizar apenas após o anúncio do apoio financeiro norte-americano, que trouxe algum alívio momentâneo aos investidores.
O próximo grande teste político de Javier Milei será nas eleições de meio de mandato, marcadas para 26 de outubro. O desempenho do governo nas urnas poderá influenciar diretamente a confiança do mercado e o andamento das reformas econômicas no país.