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Trump amplia importação de carne argentina mesmo após críticas de pecuaristas

por Fernanda Fiot
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O governo do presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (23) um aumento expressivo na cota de importação de carne bovina da Argentina. De acordo com uma autoridade da Casa Branca, a quantidade de carne que poderá entrar nos Estados Unidos com tarifa reduzida foi quadruplicada, passando de 20 mil para 80 mil toneladas.

A medida faz parte de uma estratégia para reduzir os preços recordes da carne bovina no país, resultado da queda do rebanho americano e da forte demanda dos consumidores.

A notícia foi recebida com entusiasmo pelo setor argentino. O presidente da Câmara da Indústria da Carne da Argentina (CICCRA), Miguel Schiariti, afirmou à agência Reuters que a decisão representa uma vitória para os exportadores do país. “É uma boa notícia para o setor. A carne bovina argentina é altamente valorizada nos Estados Unidos e tem ótima reputação. A Argentina está reconstruindo sua cadeia de distribuição no mercado americano.”

Segundo Schiariti, as exportações argentinas incluem cortes premium e também carne destinada à indústria de hambúrgueres. Em 2024, os EUA importaram 33 mil toneladas de carne bovina da Argentina — cerca de 2% do total de importações norte-americanas.

Importação de carne argentina revolta pecuaristas estadunidenses

Enquanto o governo argentino comemorou, produtores de gado dos Estados Unidos reagiram com irritação. Eles argumentam que o aumento das importações pode prejudicar o mercado interno e reduzir seus lucros em um momento de altos custos de produção.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) anunciou um plano paralelo para expandir o rebanho doméstico e oferecer apoio aos produtores locais. A secretária de Agricultura, Brooke Rollins, afirmou à Fox Business que o objetivo é equilibrar os interesses dos consumidores e dos pecuaristas.

Ainda assim, o setor rural se mostrou insatisfeito. Muitos fazendeiros, tradicionalmente aliados de Trump, criticaram a decisão e também o empréstimo de US$ 20 bilhões concedido à Argentina.

Economistas apontam que a medida dificilmente trará efeitos imediatos nos preços. O rebanho americano está no menor nível em décadas, após anos de seca que devastaram pastagens e elevaram os custos de ração.

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