O Senado aprovou nesta quarta-feira (12) a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República (PGR) até 2027. A indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi confirmada por 45 votos a favor e 26 contra, após aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no mesmo dia.
Mais cedo, a CCJ havia dado aval à recondução por 17 votos a 10, após uma sabatina de seis horas. O resultado apertado refletiu a resistência da oposição ao nome do procurador-geral.
Durante a sessão, o relator Omar Aziz (PSD-AM) destacou o perfil técnico e discreto de Gonet. “Ele trata as questões nos autos, não pela imprensa. O Judiciário deve se pautar pelos autos, e não pela opinião pública”, afirmou o senador.
Na sabatina, Gonet defendeu a atuação da PGR sob seu comando e fez críticas indiretas à Operação Lava Jato. “Da PGR, não saem denúncias precipitadas nem medidas que interfiram em direitos fundamentais”, disse.
Gonet e o contexto político
À frente da PGR desde 2023, Gonet foi reconduzido em um momento sensível para o governo.
Gonet é o responsável por denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 33 investigados por tentativa de golpe de Estado.
O Planalto acompanhou de perto a votação, temendo derrota em plenário — eram necessários 41 votos. Em 2023, o PL havia apoiado a primeira indicação de Gonet a pedido de Bolsonaro.
A votação é vista como indicativo do clima político para a escolha do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que substituirá Luís Roberto Barroso.
O nome mais cotado é o do advogado-geral da União, Jorge Messias, mas enfrenta resistência no Senado, onde Davi Alcolumbre e aliados preferem o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).