Casa EconomiaRelembre quem votou a favor da PEC da Bandidagem: Bia Kicis

Relembre quem votou a favor da PEC da Bandidagem: Bia Kicis

por Laura Kotscho
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Por Laura Kotscho

Na última quarta-feira (24), o Senado sepultou de vez a chamada PEC da Blindagem. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), determinou o arquivamento da proposta logo após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) rejeitá-la de forma unânime.

A PEC previa que a investigação de parlamentares por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) só ocorresse mediante um aval do próprio Congresso. O texto passou com folga na Câmara dos Deputados no último dia 16, com 344 votos favoráveis e apenas 133 contrários.

Rebatizada pela população de “PEC da Bandidagem” e “PEC da Impunidade”, a proposta desencadeou uma onda de protestos virtuais que rapidamente ganhou as ruas. No domingo (21), manifestantes ocuparam capitais de todo o país com palavras de ordem contra a blindagem parlamentar. A pressão popular foi decisiva: a PEC não passou no Senado.

O ICL Notícias traz uma série para relembrar alguns dos parlamentares que votaram para que esse Projeto de Emenda Constitucional (PEC) passasse na Câmara. O terceiro nome dessa lista é a deputada federal Bia Kicis (PL-DF).

Bia Kicis (PL-DF)

Bia Kicis está em seu segundo mandado consecutivo como deputada federal no Congresso Nacional. Em 2018, foi eleita pelo PSL – hoje União Brasil – , mas pouco tempo depois conseguiu ser expulsa do partido por “grave infração ética”. Foi considerado que a novata na política estava realizando uma campanha em favor da criação do partido ‘Aliança Pelo Brasil’, que Jair Bolsonaro pretendia fundar.

Uma das contribuições políticas da carioca em seu primeiro mandato foi redigir um Projeto de Lei que previa o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras para evitar a contaminação do coronavírus. Isso em 2020, plena pandemia. Na época, Kicis afirmou que não havia “evidências científicas para assegurar que o uso de máscara protege a população”. A deputada também participou de um PL contra a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19, colocando em dúvida a comprovação da vacina.

No mesmo ano, Bia Kicis também comemorou o fim do lockdown em Manaus, cidade que passou por um verdadeiro colapso de saúde pública, com falta de oxigêncios.

A pressão do povo está funcionando. A notícia é de que o governador do Amazonas, @wilsonlimaAM , resolveu voltar atras em seu decreto de lockdown. Tomara! https://t.co/Ev7gtuDdYR

— Bia Kicis (@Biakicis) December 27, 2020

Segundo um levantamento do portal Aos Fatos, Bia Kicis conquistou o top 5 dos parlamentares que mais divulgaram desinformação sobre Covid-19. Kicis ficou em quarto lugar, logo atrás de Osmar Terra (PL-RS), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP) . Vale ressaltar que esses dois últimos estão perigando de perder o atual mandato na Câmara dos Deputados.

Em 2025, Bia Kicis entrou na lista dos investigados no inquérito do STF, liderado por Flávio Dino, que investiga o grupo por incitar a população a desrespeitar medidas sanitárias e adotar condutas nocivas ao enfrentamento da pandemia.

Seguindo o bingo de bolsonaristas, Bia Kicis criticou as urnas eletrônicas durante as eleições presidenciais nos Estados Unidos, em 2020. Em suas redes sociais, entrou na onda do “Stop the Count!” –  suspeita de fraude na apuração dos votos levantada pelo então candidato derrotado, Donald Trump. Na ocasião, ela argumentou em favor da sua proposta de voto impresso.

Bia Kicis ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro

Ainda em 2020, a parlamentar foi acusada de racismo ao criticar o processo seletivo exclusivo para negros, realizado pela empresa Magazine Luiza. Em suas redes sociais,  ela publicou uma montagem com os rostos dos ex-ministros  Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Sérgio Moro (Justiça) pintados de preto – o chamado “black face” e escreveu: “Desempregado, blogueiro Sérgio Moro faz mudança no visual para tentar emprego no Magazine Luiza”.

Bia Kicis foi muito criticada, e, em responsa, lançou o famoso “Não sou racista e quem me conhece sabe disso”. Mas não parou por aí. Sobrou até para o Paulo Freire a culpa por ser racista. Em um post no X, a deputada escreveu: “O estrago de Paulo Freire na mente dos estudantes brasileiros é pior do que se imagina. E os estudantes um dia viram médicos, advogados, jornalistas, aí é tragédia”.

O estrago de Paulo Freire na mente dos estudantes brasileiros é pior do que se imagina.E os estudantes um dia viram médicos, advogados, jornalistas, aí é tragédia https://t.co/M8PO8yGeKI

— Bia Kicis (@Biakicis) September 27, 2020

Kicis também esteve na mira do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito das fake news, que investiga ameaças contra integrantes da Corte. A deputada admitiu usar a imunidade parlamentar e xingou o ministro ex-ministro Celso de Mello de “juiz de merda”.

O hábito de espalhar fake news continuou. Em 2023, Bia Kicis foi condenada, junto ao seu correligionário Flávio Bolsonaro, a pagar uma multa de R$ 30 mil por espalharem fakenews contra o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2025, a deputada acusou o ministro Alexandre de Moraes de praticar condutas ilícitas como adulteração de documentos e manipulação de julgamentos durante o julgamento da Primeira Turma do Supremo no caso da trama golpista, em que o ex-presidente Jair Bolsonaro terminou condenado a 27 anos de prisão por atentar contra a democracia brasileira.

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