Casa EconomiaQuase metade dos jovens deixou o Bolsa Família em 12 anos

Quase metade dos jovens deixou o Bolsa Família em 12 anos

por Adriana Cardoso
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Uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social mostra que 48,9% dos jovens que estavam no Bolsa Família em 2012 deixaram completamente o CadÚnico (Cadastro Único) até 2024. Apenas um terço continua no programa, enquanto 17,6% saíram do Bolsa Família, mas permaneceram cadastrados, indicando uma melhora relativa de renda.

O levantamento, intitulado “Determinantes da Saída do Cadastro Único”, acompanhou 15,5 milhões de jovens que, em 2012, tinham entre 7 e 16 anos. O estudo aponta que a trajetória desses jovens não depende apenas da idade, mas de uma combinação de fatores individuais, familiares e socioeconômicos.

O estudo aponta os seguintes dados:

  • 48,9% (cerca de 7,6 milhões) saíram completamente do Cadastro Único;
  • 17,6% (aproximadamente 2,7 milhões) deixaram o Bolsa Família, mas permaneceram cadastrados, indicando melhora relativa da renda;
  • 33,5% (cerca de 5,2 milhões) continuam no programa, mostrando persistência da vulnerabilidade social.

Maioria dos jovens beneficiários do Bolsa Família é preta ou parda

Em 2012, a maioria dos jovens era parda ou preta (73,4%). Apesar de 96% estarem matriculados na escola, 27,4% apresentavam defasagem idade-série. As condições de moradia eram precárias: 14,3% viviam em casas de material frágil e apenas 40,4% tinham acesso à rede coletora de esgoto.

Os jovens que conseguiram deixar o programa geralmente tinham:

  • Alfabetização precoce;
  • Entrada mais cedo no mercado de trabalho;
  • Famílias com maior escolaridade e renda per capita acima de R$ 140,00;
  • Situação familiar menos vulnerável.

Em contrapartida, jovens em condições de moradia precária ou com famílias de longa permanência no Bolsa Família tendiam a permanecer no programa.

O que é o Cadastro Único

O CadÚnico é a principal porta de entrada para os benefícios do governo federal, incluindo o Bolsa Família. Criado em 2001, ele identifica e caracteriza famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza por meio de informações fornecidas pela própria população.

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