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Presidente mexicana propõe criminalizar assédio sexual após sofrer agressão na rua

por Felipe Rabioglio
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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta quinta-feira (6) uma proposta de reforma constitucional para criminalizar o assédio sexual em todo o país, após ter sido vítima de um episódio de agressão na Cidade do México. O caso ocorreu enquanto ela caminhava por uma rua da capital e cumprimentava apoiadores.

Durante a interação com o público, um homem se aproximou, tocou o peito da presidente e tentou beijá-la no pescoço, sem o seu consentimento. O agressor foi imediatamente detido. Sheinbaum afirmou que decidiu formalizar uma queixa após ver as imagens do incidente e refletir sobre o impacto do caso.

“Decidi apresentar queixa porque isso é algo que eu vivenciei como mulher, mas é algo que as mulheres em nosso país vivenciam todos os dias. Se eu não apresentar queixa, o que será de todas as mulheres mexicanas?”, declarou. Segundo a presidente, o objetivo da proposta é criar um precedente e enfrentar um problema sistêmico que afeta milhões de mexicanas.

Atualmente, o assédio sexual é considerado crime apenas na Cidade do México, mas a legislação não é uniforme nas demais regiões do país. A reforma proposta por Sheinbaum busca corrigir essa disparidade, garantindo proteção legal nacional. O governo também anunciou o lançamento de uma campanha de conscientização para promover o respeito e enfatizar que “o espaço pessoal das mulheres não deve ser violado”.

Caso aconteceu enquanto a presidente caminhava pela Cidade do México (Foto: Reprodução)

Apoio à presidente e números preocupantes

A prefeita da Cidade do México, Clara Brugada, manifestou apoio público à presidente. “Se tocarem na presidente, tocam em todas nós. Tolerância zero para a violência contra a mulher”, afirmou em comunicado.

A ONU Mulheres também condenou o ocorrido, destacando que a violência de gênero no México não deve ser normalizada nem minimizada. Em nota, o Ministério da Mulher mexicano reforçou a importância da denúncia: “Mulheres, adolescentes e meninas não devem ser tocadas!”.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi), mais de 70% das mexicanas com mais de 15 anos já sofreram algum tipo de violência, e quase metade delas foi vítima de abuso sexual. A Cidade do México é o segundo estado com maior número de casos no país.

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