A presidente do México, Claudia Sheinbaum, foi vítima de assédio sexual nesta terça-feira (4), enquanto cumprimentava apoiadores na Cidade do México. Sem perceber a aproximação, a líder mexicana foi tocada de maneira invasiva por um homem que tentou beijá-la no pescoço durante um ato público próximo ao palácio presidencial.
Sheinbaum caminhava e tirava fotos com pessoas ao redor, quando o indivíduo colocou o braço sobre seus ombros, encostou na cintura e nos seios, e tentou forçar um beijo. A ação só foi contida quando um agente de segurança notou o ocorrido e afastou o agressor, que aparentava estar sob efeito de álcool ou drogas.
Em coletiva, a presidente declarou que só se deu conta da gravidade do que havia acontecido após ver as imagens do episódio.
“Sofri esse episódio lamentável de assédio sexual. Esse indivíduo se aproximou de mim totalmente alcoolizado e protagonizou esse episódio de assédio. Eu estava conversando com outras pessoas e não reparei a chegada dessa pessoa. Depois de ver os vídeos que eu me dei conta do que realmente ocorreu”, afirmou Claudia Sheinbaum
O homem, identificado como Uriel Rivera, foi detido e encaminhado à Promotoria especializada em crimes sexuais. Sheinbaum confirmou que levará o caso adiante na Justiça: “Já vivi isso quando era estudante. Muitas mexicanas passam por isso todos os dias. Se eu, como presidente, não denunciar, que mensagem estarei passando para as mulheres do nosso país?”
🇲🇽 | Un sujeto manoseó a la presidenta Claudia Sheinbaum mientras saludaba a ciudadanos en el Centro Histórico de la CDMX.
El individuo fue detenido de inmediato por personal de seguridad. El hecho desató críticas por las fallas en el protocolo de protección presidencial. pic.twitter.com/eUaJLIaa1f
— BCN24 Noticias (@bcn24noticias) November 4, 2025
Primeira mulher no comando do México enfrenta cultura machista
Eleita em 2024, Sheinbaum se tornou a primeira mulher presidente do México: um marco em um país que enfrenta altos índices de violência de gênero. Por isso, o episódio ganhou ainda mais repercussão interna: para autoridades e movimentos feministas, a agressão simboliza a resistência cultural que segue dificultando avanços na igualdade de gênero.
A presidente anunciou que buscará tornar o assédio sexual um crime de ação penal em todo o território nacional, além de lançar uma campanha educativa de respeito às mulheres.
A ministra das Mulheres, Citlalli Hernández, repudiou o caso e destacou que comportamentos como o ocorrido não são triviais, mas parte de uma estrutura de violência contra mulheres: “Repudiamos o ato que nossa presidente viveu hoje. (…) O assédio, o abuso, a intimidação e qualquer forma de violência dirigida às mulheres não podem ser ignorados nem minimizados — devemos denunciá-los e combatê-los”
O governo mexicano ainda não detalhou se haverá mudanças nos protocolos de proteção presidencial após o incidente, que expôs falhas no entorno de segurança da chefe de Estado.