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Presidente da Conafer é preso pela CPMI do INSS e solto após pagar fiança

por Felipe Rabioglio
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O presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes, foi preso em flagrante na madrugada desta terça-feira (30), enquanto prestava depoimento, que durou cerca de 9h, à CPMI do INSS. Ele negou envolvimento em fraudes nos descontos de aposentados, mas afirmou desconhecer detalhes de operações de pessoas e empresas ligadas à entidade, investigadas por irregularidades.

O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que Lopes mentiu ao colegiado, mesmo após ter se comprometido a falar a verdade.

“Ele mentiu deliberadamente à CPMI”, afirmou o presidente da CPMI.

Segundo Viana, o presidente da Conafer ocultou informações e tentou convencer o colegiado de que a operação era regular. Ao agir dessa forma, Lopes teria cometido crime de falsidade ideológica. O pedido de prisão havia sido feito pelo deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), alegando que Carlos Roberto Ferreira praticou o crime de falso testemunho pelo menos quatro vezes ao longo da oitiva. Já o relator informou que pediria a prisão preventiva dele já nesta terça-feira.

“Sei que nossa voz de prisão se repetirá, a pessoa será ouvida e liberada, mas há um grito na garganta de todos os brasileiros em relação a essa impunidade… O senhor está preso em nome dos aposentados, viúvas e órfãos do Brasil e aqui quem mente paga o preço”, afirmou Viana.

Presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, prestou depoimento nesta segunda-feira (29) na CPMI do INSS (Foto: Carlos Moura / Agência Senado)

Outra prisão e investigações

A primeira prisão relacionada ao caso aconteceu na semana passada, quando Rubens Oliveira, ex-diretor financeiro de empresas ligadas ao “Careca do INSS”, foi detido. Ele é suspeito de envolvimento no esquema de desvio de recursos do órgão e foi depor como testemunha na comissão.

De acordo com um documento do INSS, a entidade registrou 95.818 novos associados em apenas quatro meses, entre abril e agosto de 2020, período em que as medidas de restrição sanitária estavam mais rígidas. Isso teria resultado na inclusão de milhares de descontos em benefícios previdenciários sem comprovação de autorização.

O documento da Diretoria de Benefícios também pediu a rescisão do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a Conafer, justamente para barrar os descontos que vinham sendo aplicados. Ao ser questionada sobre as autorizações, a entidade alegou que não poderia apresentar a documentação porque suas representações estavam fechadas em razão da covid-19.

“A Conafer apresentou como justificativa para não disponibilizar as autorizações solicitadas no ofício que iniciou o procedimento fiscalizatório o fechamento de suas representações estaduais em decorrência da pandemia de covid-19”, foi a justificativa.

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