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Portugal: Ativista de extrema direita é preso por ameaçar jornalista brasileira

por Ayam Fonseca
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Bruno Silva, de 30 anos, um ativista de extrema direita de Portugal, foi detido nesta terça-feira (21) em Vila Nova, na região Metropolitana de Porto, por ameaças a vida da jornalista brasileira Stefani Costa, correspondente do canal de notícias Opera Mundi em Portugal, em junho de 2024. A prisão foi determinada pela Justiça portuguesa após a primeira audiência do caso.

A denúncia contra Bruno, que é um cidadão luso-brasileiro, foi feita à polícia e ao Ministério Público, pela própria jornalista, em junho de 2024.

Após a prisão, Stefani comemorou em suas redes sociais, e ressaltou a importância da decisão judicial inédita no país: “Notícia histórica: Bruno Silva continuará preso! É a primeira vez em Portugal que alguém indiciado por ameaças e discurso de ódio recebe essa medida. Agradeço o apoio e o carinho que tenho recebido de tanta gente boa. Jornalismo nunca foi para covardes”.

Em suas redes sociais, Bruno Silva se apresenta como um dos primeiros militantes do partido português Chega, e faz postagens com apologia ao nazismo, e à xenofobia.

Em uma publicação, quando um outro português ofereceu 500 euros pela cabeça de cada brasileiro, ele comentou que daria um apartamento no centro de Lisboa a quem realizasse um massacre e exterminasse pelo menos 100 brasileiros em Portugal, além de um bônus adicional de 100 mil euros a quem matasse Stefani.

Bruno agora responde por discurso de ódio e incitamento à violência.

Amanda Lima, outra colega jornalista que é correspondente em Portugal, também denunciou Bruno após receber ameaças de morte e comentários xenófobos, em maio do ano passado.

Stefani Costa (Foto: Reprodução)

“O Bruno Silva foi detido. Minhas lágrimas neste momento são de alívio. Mais de um ano depois da minha primeira queixa na PJ contra ele. Hoje é um dia em que me sinto mais segura em Portugal, mas ainda há muitos mais que continuam impunes”, escreveu Amanda em suas redes sociais.

Segundo a Polícia Judiciária de Portugal, Bruno já possui um histórico de crimes de discriminação e incitamento ao ódio e à violência.

Xenofobia em Portugal

De acordo com um estudo feito pela Casa do Brasil de Lisboa, divulgado recentemente pela agência de notícias Deutsche Welle, a xenofobia contra brasileiros vem crescendo em Portugal. O lvantamento conclui que as redes sociais e a internet facilitam a disseminação dos ataques.

“Se em 2021 já era um problema, em 2024 nós percebemos que o discurso de ódio contra as pessoas migrantes aumentou, ficou mais violento, mais agressivo”, frisa a presidente da Casa do Brasil de Lisboa, Ana Paula Costa.

A Comissão Europeia já pediu a Portugal que adote medidas mais firmes contra esse discurso de ódio na internet.

“Essa sensação de impunidade é um pouco proporcionada pela lógica das redes sociais, não é? Muitas pessoas, às vezes, quando tentam denunciar um conteúdo ou mensagem de ódio nas redes sociais não conseguem uma resposta célere”, relata Ana Paula Costa.

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