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Polícia identifica quatro suspeitos ligados à morte de ex-delegado em Praia Grande

por Felipe Rabioglio
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A Polícia Civil de São Paulo confirmou a identidade de quatro suspeitos de participação no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros em Praia Grande, na última segunda-feira (15). Dos investigados, apenas uma mulher foi detida, enquanto três homens seguem foragidos. O caso, marcado pela violência e pela precisão da execução, levanta hipóteses de envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Ferraz, de 64 anos, trabalhava como secretário de Administração da cidade e foi atacado minutos após sair do expediente. Ele tentou escapar dos criminosos, mas perdeu o controle do carro ao ser perseguido por homens em uma Hilux preta, colidiu com um ônibus e acabou alvejado com mais de 20 disparos de fuzil. As circunstâncias do crime, apontam especialistas, indicam ação altamente profissional e planejada.

Imagens de câmeras de segurança mostram os assassinos descendo do veículo e disparando várias vezes contra o carro do ex-delegado. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, Ferraz foi atingido em várias partes do corpo, incluindo abdômen, braços e pernas. Consultores ouvidos pela reportagem destacaram que o uso de armamento pesado e o modus operandi remetem a operações típicas de grupos organizados e experientes.

Da esquerda para a direita: Felipe Avelino da Silva; Flávio Henrique de Souza; e Luiz Antônio Rodrigues de Miranda (Foto: Reprodução)

Suspeita de envolvimento no assassinato de Ruy Ferraz Fontes, Dahesly Oliveira Pires de 25 anos, é a única que está presa (Foto: Reprodução)

Quem são os suspeitos

  • Felipe Avelino da Silva, 33 anos: conhecido como Masquerano, tem passagens por tráfico, roubo e ligação com o PCC. Já foi condenado três vezes, totalizando mais de 15 anos de prisão. É considerado um dos principais alvos da investigação.
  • Flávio Henrique de Souza, 24 anos: também foragido, foi identificado junto a Felipe por meio de material genético encontrado em um dos carros usados na fuga. A polícia não detalhou a função de cada um na ação. Não há informações se o suspeito tem passagem pela polícia.
  • Dahesly Oliveira Pires, 25 anos: única presa até o momento. Segundo as investigações, ela foi responsável por buscar um fuzil usado no crime, um dia após a execução. Embora inicialmente tenha negado saber o que carregava, depoimentos posteriores indicam que ela tinha ciência de transportar o armamento.
  • Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, 43 anos: apontado como integrante do PCC, teria recebido o fuzil de Dahesly, a arma não foi localizada até o momento. Já foi condenado duas vezes por tráfico de drogas e atualmente está foragido. Um veículo semelhante ao usado no crime foi localizado em sua residência.

As prisões temporárias dos quatro suspeitos foram decretadas pela Justiça por 30 dias, com possibilidade de prorrogação. As defesas não foram encontradas para pedido de posicionamento.

Investigações em andamento

Os investigadores ainda não determinaram o número exato de pessoas envolvidas. Duas linhas de apuração orientam o caso: a primeira relaciona o homicídio às ações de combate de Ferraz contra o PCC ao longo da carreira policial; a segunda aponta para sua atuação recente como secretário de Administração de Praia Grande.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou não ter dúvidas sobre o elo da facção com o assassinato. “Para nós não resta dúvida por conta principalmente do Masquerano, que é um indivíduo que nós sabemos que pertence à organização criminosa”, declarou.

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