Casa EconomiaPlanta milenar pode ajudar a aliviar a insônia; saiba qual

Planta milenar pode ajudar a aliviar a insônia; saiba qual

por Gabriel Anjos
0 comentários
planta-milenar-pode-ajudar-a-aliviar-a-insonia;-saiba-qual

Também conhecida como verbena-comum ou “erva-santa”, a Verbena officinalis tem atravessado séculos como uma das plantas medicinais mais versáteis da história. Nativa da Europa e hoje naturalizada em partes da América e da Ásia, a erva é usada desde a Antiguidade por suas propriedades curativas, que vão do alívio da ansiedade ao combate de inflamações.

Segundo a fitoterapeuta Clara Fuchs, os principais compostos da verbena, como óleos essenciais, flavonoides, mucilagens, saponinas, heterosídeos e monoterpenos, explicam seu amplo espectro de benefícios: “Ela tem ação antioxidante, anti-inflamatória, ansiolítica, expectorante e cicatrizante”, resume.

Tradição ancestral

O uso da verbena remonta à Antiguidade clássica. “Há evidências de que os egípcios já a utilizavam, enquanto os gregos a dedicavam à deusa Eos”, explica Fuchs. Durante a Idade Média, a planta ganhou fama de “erva sagrada”, associada a poderes divinos de cura. Povos celtas também a veneravam em rituais.

“Tradicionalmente, a verbena era empregada no tratamento de resfriados, tosse, bronquite, cólicas, dores de cabeça, ansiedade e insônia”, acrescenta a especialista.

O que diz a ciência

Estudos recentes reforçam parte dessa sabedoria popular. Pesquisas compiladas pelo National Institutes of Health (NIH) destacam mais de 20 compostos ativos da planta e apontam efeitos promissores em diferentes áreas da saúde.

1. Potencial antioxidante

Flavonoides e ácidos fenólicos presentes na verbena ajudam a neutralizar radicais livres, combatendo o estresse oxidativo — um dos fatores do envelhecimento celular. Um estudo publicado na Phytotherapy Research (2008) mostrou que extratos da planta oferecem proteção contra danos oxidativos.


Pesquisas em animais também sugerem benefícios neurológicos, com melhora da irrigação sanguínea no cérebro e da função mitocondrial após acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

2. Ação anti-inflamatória

De acordo com a nutricionista Milagros Sympson (MN 12067), compostos como a verbenalina e certos flavonoides têm efeito anti-inflamatório, inibindo mediadores como as citocinas. “Por isso, o uso é indicado para aliviar dores de cabeça leves e cólicas menstruais”, explica.

3. Efeito relaxante e ansiolítico

Na medicina popular, a verbena é amplamente reconhecida por seu efeito calmante. Pesquisas atuais sustentam esse uso: testes com animais indicaram ação sedativa e ansiolítica leve, atribuída à verbenalina.

“As infusões de verbena são tradicionalmente usadas para promover o relaxamento, aliviar a ansiedade e ajudar no sono”, afirma Sympson.

Em um estudo experimental, doses entre 0,1 e 0,5 grama de extrato por quilo de peso corporal tiveram efeito comparável ao diazepam, medicamento usado no tratamento da ansiedade. Outros trabalhos também apontam potencial anticonvulsivante, sugerindo benefícios para doenças neurológicas como a epilepsia.

Apesar dos resultados promissores, os especialistas ressaltam que ainda faltam ensaios clínicos em humanos que confirmem a eficácia terapêutica da planta.

Também conhecida como verbena-comum ou “erva-santa”, a Verbena officinalis tem atravessado séculos como uma das plantas medicinais mais versáteis da história

Como consumir a planta

A forma mais comum e acessível de uso é a infusão das partes floridas da planta.


“Deve-se utilizar os ramos com flores ou botões florais”, orienta Fuchs. A dose ideal para adultos é de cinco gramas por litro de água fervente, deixando a erva em infusão por cinco a dez minutos antes de coar e consumir.

O uso, contudo, não é indicado para gestantes nem para crianças menores de dois anos, alerta a fitoterapeuta.

Com raízes que atravessam milênios e respaldo crescente da ciência, a verbena reafirma sua reputação como uma das plantas mais completas da fitoterapia, símbolo de equilíbrio entre tradição e evidência científica.

você pode gostar