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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), desistiu de viajar para os Estados Unidos após as restrições impostas pelo governo de Donald Trump. Padilha participaria da Assembleia Geral da ONU e de outros eventos na próxima semana.
Ele classificou as restrições de circulação impostas pelo governo americano como “inaceitáveis” e “uma afronta”. “Inaceitável as condições, porque eu sou o ministro da Saúde do Brasil. Quando vou para um evento como esse, tenho que ter plena possibilidade de participar do conjunto das atividades das quais nós somos convidados”, disse Padilha à jornalista Andréia Sadi, do site “G1”.
De acordo com o ministro, as restrições não são contra ele como pessoa, mas sim “ao ministro da Saúde do Brasil”, e o impediriam de participar de uma reunião crucial da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Washington, e de uma série de encontros bilaterais fora da estrutura da ONU.
“As restrições inviabilizam a presença do ministro da Saúde do Brasil nas atividades que ele precisa fazer parte”, disse o ministro.
Ele classificou as restrições de circulação impostas pelo governo americano como “inaceitáveis” e “uma afronta”
Restrições do governo Trump a Padilha
De acordo com as regras impostas pelo governo dos EUA, o ministro só pode circular em um perímetro de cinco quarteirões em Nova York, ao redor de seu hotel, da sede da ONU e da missão do Brasil. Ele foi impedido de se deslocar de Nova York para Washington, o que inviabilizou sua participação na Assembleia Geral da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Para qualquer agenda fora do perímetro permitido, o governo brasileiro precisaria solicitar uma autorização com 48 horas de antecedência ao governo dos EUA para análise.
Segundo o ministro, a proibição de se deslocar de Nova York para Washington é o ponto mais grave, pois o impede de ir à Assembleia Geral da Organização Pan-americana da Saúde (Opas). Padilha revelou que planejava anunciar no evento um reforço financeiro do Brasil a um fundo estratégico da organização para a compra de vacinas e medicamentos contra o câncer a preços mais baixos para todo o continente americano.
Padilha também seria impedido de participar de reuniões como presidente da parceria dos Brics na área da saúde e de encontros do G20 e do Mercosul, que muitas vezes ocorrem em embaixadas, fora do perímetro da ONU. Visitas a hospitais e reuniões com indústrias americanas que pretendem investir no Brasil também seriam inviabilizadas.
Padilha informou que enviou uma “nota dura” aos integrantes da Opas, na qual critica a postura atual do governo americano. No texto, ele afirma que o espírito de cooperação dos EUA “não sucumbirá à sombra de obscurantismo e de negacionismo que paira sobre o país atualmente”.