Por Carlos Villela
(Folhapress) – A região metropolitana de São Luís enfrenta uma onda de violência que já deixou sete mortos nesta semana.
Nesta sexta-feira (24), amigos familiares de Eduardo Lemos Martins, 19, protestaram pedindo justiça pela morte do jovem. Ele foi baleado na noite de terça-feira, quando criminosos chegaram de carro a um estabelecimento comercial no bairro Cidade Operária e abriram fogo. Outras cinco pessoas ficaram feridas.
Os manifestantes seguraram balões brancos e fecharam um trecho de uma avenida queimando papelões.
Eduardo foi a sétima pessoa morta desde o início da onda de violência. Os três primeiros homicídios ocorreram no domingo (19): um homem de 27 anos foi morto em São José de Ribamar, enquanto outros dois, de 26 e 18 anos, foram assassinados em diferentes locais de São Luís.
Na madrugada de segunda-feira (20), um homem de 26 anos e um adolescente de 17 foram mortos a tiros. Já na quarta, um homem de 43 anos foi assassinado no bairro Monte Castelo ao retornar para o albergue onde cumpria pena no regime semiaberto por homicídio.
A capital do Maranhão e municípios vizinhos também registraram aumento nos assaltos a estabelecimentos comerciais. Os locais com maior número de registros de crimes são os bairros Cidade Operária, Cidade Olímpica, Liberdade, Vila Janaína e Vila Vitória.
Combate à violência
A polícia reforçou as operações, com uso de helicópteros e aumento do efetivo. De acordo com o secretário de Segurança Pública, Maurício Martins, cerca de 140 policiais militares atuam na região da Cidade Operária e permanecerão reforçando a segurança por tempo indeterminado.
Pelas redes sociais, o governador do Maranhão, Carlos Brandão (sem partido), anunciou que o policiamento foi ampliado na região metropolitana, com maior presença na área leste da ilha de São Luís, para agir contra grupos criminosos que operam na região.
Também atuam no policiamento da área unidades especializadas, como o Batalhão de Choque, o Bope (Batalhão de Operações Especiais) e a Rotam (Ronda Ostensiva Tático Móvel).
Entre as ações estão a montagem de barreiras em ruas de tráfego intenso, revistas de veículos e pedestres e o patrulhamento motorizado.
Devido aos episódios de violência, a UFMA (Universidade Federal do Maranhão) suspendeu as atividades acadêmicas na quinta e na sexta. “A medida considera o atual contexto de insegurança pública na Região Metropolitana de São Luís e visa preservar a integridade e a segurança de discentes, servidores e colaboradores”, disse em nota a universidade, que deve reabrir na próxima terça-feira (28).
Além disso, ao menos 14 escolas estaduais e sete da rede municipal de São Luís suspenderam as atividades nasemana.