Por Cleber Lourenço
No dia em que a Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, um alívio direto para milhões de trabalhadores e considerada a maior vitória popular do governo Lula, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) mostrou o quão raso pode ser o seu papel político. Em vez de se posicionar sobre a conquista que mexe no bolso da população, decidiu ocupar suas redes com uma fanfarronice em inglês contra a Netflix, reduzindo o mandato a um show de likes e memes.
Às 9h07 de 1º de outubro, Nikolas publicou no X (antigo Twitter): “In Brazil, we canceled @netflix too”, acompanhado de um print confirmando o cancelamento da assinatura. O post viralizou, somando mais de 3,1 milhões de visualizações, 38 mil curtidas e quase 5 mil republicações. O conteúdo, típico de quem vive de fabricar escândalos de segunda categoria, repercutiu como se fosse um ato de coragem política. Enquanto isso, a votação que garantiu uma das maiores vitórias populares dos últimos anos simplesmente não mereceu uma linha em seus perfis.
Deputado preferiu alimentar bravata digital enquanto a Câmara aprovava isenção histórica
A escolha escancara um padrão: Nikolas Ferreira transformou a política em caricatura. No lugar de debater medidas concretas, investe em teatrinhos digitais e slogans vazios, sempre com ares de rebeldia encenada. O contraste é grotesco: milhões de brasileiros ganharam um alívio fiscal, mas o deputado preferiu posar como herói de um cancelamento de streaming. É a tradução da mediocridade travestida de bravata.
Enquanto a Câmara viveu um raro momento de consenso em favor do povo, Nikolas optou por reforçar seu papel de animador de auditório virtual. Ao trocar uma vitória histórica por uma encenação ridícula, deixou patente que, para ele, a política é só palco de memes. Para seus seguidores, pode até soar coerente. Mas para quem olha de fora, fica evidente: diante de uma conquista real, Nikolas escolheu se apequenar brigando com a Netflix.