A sexta edição da Revista Liberta está liberada hoje para assinantes, mas também os não-assinates poderão ter acesso a parte do conteúdo da publicação. O principal tema desta semana é uma reflexão sobre os fatores que motivaram a melhora da aprovação de Lula e seu governo nas pesquisas de opinião, e se esse cenário é sustentável.
Os não-assinates poderão ler o artigo de Felipe Nunes “Por que Lula recupera popularidade – e por quanto tempo?”. No texto, o professor da FGV-SP e diretor da Quaest, argumenta:
“A recuperação observada não é uma simples reparação de reputação ou efeito de marketing eleitoral – é resultado de fatores políticos e econômicos, somados a um novo posicionamento político.
Em primeiro lugar, o chamado “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos ao Brasil acionou uma espécie de mecanismo de unidade nacional. Algo que os norte-americanos gostam de chamar de”‘rally around the flag”, quando o povo e o governo se unem em torno da bandeira para lutar contra um inimigo estrangeiro: 71% dos entrevistados julgaram o uso de tarifas pelos EUA como equivocado, e 48% enxergaram no governo uma postura correta ao responder diplomática e firmemente. Nessa disputa simbólica, Lula ocupou o espaço de estadista, e não apenas de gestor desgastado.
Em segundo lugar, o esmorecimento da pressão inflacionária – especialmente no custo dos alimentos –suavizou uma ferida que pesava no humor social. Embora ainda existam milhões que sentem no bolso o peso da inflação que começou depois da pandemia, o dado de que menos pessoas percebem elevação extrema dos preços sinaliza que o horizonte de insatisfação perdeu intensidade.
Paralelamente, a estratégia discursiva do governo explicou melhor suas medidas econômicas, conectando-as a narrativas de justiça social e proteção dos mais vulneráveis – uma aproximação com eleitores que já estavam em zonas limítrofes de confiança.
Um elemento menos visível, mas talvez mais poderoso, é o efeito defensivo que opera em sociedades polarizadas: muitos já dizem ter mais medo de um retorno de Bolsonaro do que de uma continuidade de Lula. Esse temor mobiliza o eleitorado para reforçar o governante atual, não como aprovação plena de todas suas decisões, mas como “mal menor” em um cenário de ameaça percebida. A política torna-se, então, um jogo de contraposições e segurança, e não apenas de adesões entusiasmadas. Com um discurso alinhado “ao lado do povo brasileiro” e com o principal adversário sendo julgado, condenado e cometendo erros políticos, um pedaço do eleitorado voltou a ver em Lula uma opção melhor.
Mas será que essa recuperação é sustentável? Há dois riscos que podem comprometer a situação do governo (…)”.
O artigo completo pode ser lido no site da revista (acesse aqui).
A revista também analisa os desafios da Inteligência Articial, em artigos da coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil, Renata Mieli, e do colunista do ICL Notícias Bruno Natal.
Esta edição conta ainda com artigos de Leandro Demori, João Cézar de Castro Rocha, Marcia Tiburi, Jamil Chade, Luís Costa Pinto, Leonardo Boff, o grupo de humor Sensacionalista, as frases da semana, a foto da semana e uma charge de Cau Gomez.
Tudo embalado em mais uma capa genial de Aroeira.