Por Adele Robichez, José Eduardo Bernardes e Larissa Bohrer – Brasil de Fato
O tornado que atingiu o município de Rio Bonito do Iguaçu (PR) deixou seis pessoas mortas, rastros de destruição e mobilizou ações emergenciais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo o morador Joelson Agassi Crecencio, do pré-assentamento Antônio Conrado, o fenômeno ocorrido nesta sexta-feira (7) “atingiu 45% dos moradores ali, que estão se virando”.
Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, ele relata que a própria casa foi parcialmente destruída durante a passagem do tornado. “A tempestade e o vento eram muito fortes, havia muito barulho, escureceu. Eu me joguei debaixo de uma mesa. Achei que não ia dar, corri para dentro do banheiro”, relembrou.
De acordo com Bruna Zimpel, da direção nacional do MST pelo Paraná, o impacto vai além dos danos materiais. “Nem todas as famílias foram atingidas diretamente pelo tornado, mas todas tiveram sua vida afetada porque os serviços estão sem funcionar. O medo, o trauma ainda persistem no município”, disse, também em conversa no programa.
Ela conta que famílias foram acolhidas em abrigos, assentamentos e casas de parentes, enquanto o movimento organiza cozinhas solidárias para garantir a alimentação às pessoas desabrigadas. “Desde o primeiro momento, sábado de manhã, [oferecemos] café da manhã para todas as famílias, almoço, jantar… as refeições organizadas a partir das cozinhas solidárias”, explica.
Zimpel destaca que as ações de solidariedade chegaram antes das medidas oficiais. “Claro que as ações que vêm via o governo são importantes, mas elas demoram um pouco mais, então sempre a solidariedade chega primeiro”, indicou.
O MST também tem mobilizado brigadas de reconstrução e pede o apoio de todo o país. “Foi destruído tudo. Coisas que as famílias levaram a vida inteira para construir, perderam em poucos segundos. Então vamos precisar com certeza da solidariedade de todo o Brasil para a reconstrução do Rio Bonito do Iguaçu”, finalizou.
