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Os mercados mundiais avançam, nesta segunda-feira (13), revertendo parte das perdas da semana passada. O movimento reflete o alívio nos mercados após o presidente Donald Trump amenizar o tom contra a China, indicando que uma nova escalada na guerra comercial não é inevitável.
Em publicação nas redes sociais, Trump afirmou que os Estados Unidos não desejam prejudicar a China e que o presidente Xi Jinping enfrenta apenas “um momento ruim”. A sinalização contribuiu para um ambiente mais positivo entre os investidores.
Enquanto isso, a paralisação do governo norte-americano avança para o 13º dia, com riscos crescentes de atrasos salariais a servidores se um acordo orçamentário não for fechado até o dia 15. A Casa Branca já iniciou cortes em massa em agências federais, atingindo setores estratégicos como Saúde, Tesouro e Segurança Interna.
No cenário internacional, a China surpreendeu positivamente ao registrar alta de 8,3% nas exportações de setembro, superando projeções e afastando temores de desaceleração acentuada.
No Brasil, o destaque desta segunda-feira é a divulgação do Boletim Focus, com projeções atualizadas para inflação, PIB (Produto Interno Bruto), juros e câmbio.
Na esfera política, o presidente Lula (PT) teve audiência com o Papa Leão XIV no Vaticano. Depois, se reuniria com os CEOs Pietro Labriola (TIM) e Matteo del Fante (Poste Italiane) às 11h (16h em Brasília). O presidente está na Itália participando do Fórum Mundial da Alimentação. O evento celebra os 80 anos da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).
Brasil
O Ibovespa fechou a semana passada com queda acumulada de 2,44%, a terceira consecutiva no vermelho, encerrando a sexta-feira (10) com baixa de 0,73%, aos 140.680 pontos. O resultado representa o pior desempenho semanal desde julho.
O real também sentiu o baque: o dólar comercial saltou 2,38%, atingindo R$ 5,503 – maior cotação desde o início de setembro. No mercado de juros futuros (DIs), predominaram altas, com exceção dos vértices mais curtos.
Nos mercados, ações de peso seguiram em queda. Vale (VALE3) recuou 0,41%, e Petrobras (PETR4) caiu 0,89% com a pressão do petróleo no exterior. Entre os bancos, Banco do Brasil (BBAS3) liderou as perdas, com -2,74%, em meio a investigação do Cade (Conselho de Administração e Defesa Econômica) sobre venda casada no crédito rural.
Europa
Os mercados europeus sobem impulsionados pela recuperação das mineradoras, apesar das tensões comerciais entre EUA e China. Na França, o premiê Sébastien Lecornu anunciou seu novo gabinete após ser reconduzido ao cargo. O governo deve apresentar ainda hoje um novo plano orçamentário, dentro do prazo estabelecido pelo presidente Emmanuel Macron.
STOXX 600: +0,40%
DAX (Alemanha): +0,48%
FTSE 100 (Reino Unido): +0,14%
CAC 40 (França): +0,60%
FTSE MIB (Itália): +0,54%
Estados Unidos
Grandes bancos dos EUA, como Citigroup, JPMorgan e Goldman Sachs, divulgam seus resultados nesta semana, junto a instituições regionais. O mercado aposta em 96% de chance de corte nos juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) ainda em outubro, expectativa que pode ser endereçada por Jerome Powell em discurso nesta terça-feira (14). Autoridades do Fed e líderes globais também se reúnem em Washington para encontros do FMI e Banco Mundial.
Dow Jones Futuro: +1,04%
S&P 500 Futuro: +1,43%
Nasdaq Futuro: +1,95%
Ásia
Os mercados da Ásia-Pacífico recuaram com investidores cautelosos após a escalada nas tensões comerciais entre China e EUA. Pequim declarou não temer uma guerra comercial, em resposta às novas ameaças tarifárias de Trump. A incerteza aumentou a aversão ao risco na região.
Shanghai SE (China), -0,19%
Nikkei (Japão): -1,01%
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,52%
Nifty 50 (Índia): -0,34%
ASX 200 (Austrália): -0,84%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem nesta segunda-feira, após uma queda de 4% na sexta-feira, depois que o presidente Donald Trump ameaçou impor tarifas mais altas à China em resposta aos controles mais rígidos de exportação de minerais de terras raras adotados por Pequim.
Petróleo WTI, +1,34%, a US$ 59,69 o barril
Petróleo Brent, +1,31%, a US$ 63,55 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, são aguardados o relatório mensal da Opep (Organização dos Exportadores de Petróleo).
Por aqui, no Brasil, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou na sexta-feira (10) que as obras para receber o data center do TikTok no Ceará começarão em seis meses. O projeto, avaliado em R$ 50 bilhões, será instalado no complexo portuário de Pecém, em parceria entre a Casa dos Ventos e a ByteDance, dona do aplicativo. Segundo Silveira, o Brasil tem condições ideais para atrair esse tipo de investimento, com energia limpa e infraestrutura adequada.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg