Índice
Os mercados mundiais começam esta quarta-feira (8) em trajetória positiva, em movimento contrário ao da véspera, quando fecharam em baixa generalizada. Na agenda de hoje nos EUA, o foco dos investidores está na divulgação da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense), prevista para as 16h (horário de Brasília).
Com a paralisação do governo dos EUA, dados cruciais como o relatório de empregos de setembro (payroll) não foram publicados, aumentando a importância do documento do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). A ata pode oferecer sinais sobre os próximos passos da autoridade monetária em relação à taxa de juros.
O impasse fiscal em Washington segue sem resolução. O presidente Donald Trump mantém o apoio à ala republicana, que resiste a negociações com os democratas sobre subsídios à saúde. Trump também ameaçou não pagar retroativamente os salários de servidores afetados pelo shutdown (paralisação).
Após a divulgação da ata, o mercado acompanha falas de dirigentes do Fed: às 16h15, Neel Kashkari participa de um evento público; às 18h45, é a vez de Michael Barr, vice-presidente de Supervisão do banco central americano.
No Brasil, a agenda inclui a divulgação, às 10h, dos dados de produção de veículos pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Ao meio-dia, sai o índice de confiança do consumidor medido por Reuters/Ipsos, e às 14h30, o Banco Central publica o fluxo cambial semanal. Ainda nesta tarde, o governo realiza o terceiro leilão do programa Eco Invest Brasil, voltado à atração de investimentos estrangeiros com foco em inovação e sustentabilidade.
Na esfera política por aqui, a Medida Provisória 1.303/2025, que altera regras de tributação de investimentos, foi aprovada em comissão mista e precisa ser sancionada até o fim do dia para não caducar.
Brasil
O Ibovespa teve na segunda-feira (7) sua pior sessão desde 19 de agosto, com queda de 1,57%, aos 141.356 pontos. Mas o dia de pessimismo também aconteceu no exterior.
Nos Estados Unidos, os investidores em Wall Street reagiram com cautela ao relatório do Federal Reserve, o banco central estadunidense, que mostrou alta na expectativa de desemprego e inflação. A pesquisa aponta aumento no temor de perda de emprego. O dado ganha peso diante da escassez de indicadores causada pela paralisação do governo.
Na Europa, a tempestade política na França segue jogando água nos ganhos dos mercados, mas ontem até que as perdas foram menores.
Europa
Os mercados europeus sobem nesta quarta-feira após a renúncia do premiê francês Sébastien Lecornu, que deixou o cargo em meio a impasse orçamentário. Ele deixou o cargo antes mesmo de apresentar o plano orçamentário à Assembleia Nacional — cenário que já havia derrubado duas administrações anteriores de curta duração. Porém, o presidente Emmanuel Macron concedeu 48 horas extras para ele negociar com a oposição o plano.
STOXX 600: +0,40%
DAX (Alemanha): +0,34%
FTSE 100 (Reino Unido): +0,35%
CAC 40 (França): +0,56%
FTSE MIB (Itália): +0,65%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA avançam hoje, depois que os três principais índices fecharam em baixa na véspera, como consequência de relatos de margens de lucros mais fracas do que o esperado na Oracle, que alimentaram novas preocupações com o boom de inteligência artificial (IA). As quedas marcaram o fim de uma sequência de sete dias de ganhos para o S&P 500 e o Nasdaq.
Dow Jones Futuro: +0,12%
S&P 500 Futuro: +0,17%
Nasdaq Futuro: +0,25%
Ásia
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam em baixa nesta terça após a vitória de Sanae Takaichi na liderança do PLD japonês, o que enfraqueceu o iene. Sua postura pró-estímulo reduziu apostas em alta de juros pelo Banco do Japão. Bolsas da China e Coreia do Sul seguem fechadas por feriado.
Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão): -0,45%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,50%
Nifty 50 (Índia): +0,03%
ASX 200 (Austrália): -0,10%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem após um relatório misto da indústria dos EUA sobre estoques, com traders também focados na perspectiva mais ampla para a oferta, à medida que a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais aliados) pressiona com aumentos de produção e a produção americana se expande.
Petróleo WTI, +0,99%, a US$ 62,34 o barril
Petróleo Brent, +0,86%, a US$ 66,01 o barril
Agenda
Nos EUA, o destaque é a divulgação da ata do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense); também estão previstos discursos de membros do Fed.
Por aqui, no Brasil, o telefonema entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Donald Trump, dos Estados Unidos, animou empresários brasileiros e associações de setores ainda afetados pelo tarifaço, segundo o jornal O Globo. A iniciativa privada atuou junto a autoridades americanas para abrir o diálogo em torno de questões comerciais, com foco em exportações de proteína, café e indústria. Setores exportadores avaliam que a conversa deve facilitar novas isenções e reduzir barreiras ainda neste ano, mantendo a negociação centrada no comércio.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg