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Mercados globais recuam com tensão EUA-China no radar dos investidores

por Adriana Cardoso
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Os mercados globais operam em baixa nesta terça-feira (14), refletindo a nova escalada nas tensões comerciais entre China e Estados Unidos. Pequim anunciou sanções contra subsidiárias da sul-coreana Hanwha Ocean, com vínculos norte-americanos, e sinalizou possíveis retaliações adicionais, reacendendo preocupações geopolíticas.

A agenda nos EUA concentra as atenções dos investidores, com o início da temporada de balanços marcada pelos resultados de JPMorgan e Goldman Sachs. Além disso, o mercado aguarda discursos de dirigentes do Federal Reserve (banco central estadunidense), incluindo o presidente Jerome Powell, que podem trazer pistas sobre os próximos passos da política monetária.

No Brasil, o destaque é a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços de agosto, pelo IBGE, e do Prisma Fiscal, com projeções para as contas públicas.

Em Brasília, o STF (Supremo Tribunal Federal) começa a julgar militares e ex-agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) envolvidos na tentativa de golpe após as eleições de 2022. No plano internacional, o encontro entre Javier Milei e Donald Trump, em Washington, também entra no radar, com possíveis acordos econômicos entre Argentina e EUA.

Brasil

O Ibovespa fechou a segunda-feira (13) em alta de 0,78%, aos 141.783 pontos, recuperando parte das perdas acumuladas na semana anterior. O índice ainda está distante dos 147 mil pontos — máxima histórica registrada recentemente —, mas o desempenho sinaliza algum alívio nos mercados.

O dólar comercial também recuou, caindo 0,75% e encerrando a R$ 5,462, em dia marcado por dois leilões de linha promovidos pelo Banco Central. Já os juros futuros (DIs) encerraram o pregão de forma mista.

O principal gatilho para o movimento positivo veio do exterior. Após retórica agressiva na sexta-feira passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, moderou o tom em relação à China no fim de semana.

Europa

As bolsas europeias recuam nesta terça-feira, revertendo os ganhos do início da semana em meio ao aumento das tensões comerciais entre EUA e China. No setor corporativo, as ações da Michelin caem 9,7% após a empresa revisar para baixo suas projeções anuais. A fabricante cita deterioração no ambiente de negócios como principal fator.

STOXX 600: -0,61%


DAX (Alemanha): -0,94%


FTSE 100 (Reino Unido): -0,21%


CAC 40 (França): -0,72%


FTSE MIB (Itália): -0,84%

Estados Unidos

Os investidores acompanham nesta semana as reuniões do FMI (Fundo Monetário Internacional) e Banco Mundial em Washington, com foco nas novas projeções para o crescimento global. O relatório Perspectivas Econômicas Mundiais será divulgado hoje. Os encontros reúnem autoridades e especialistas para discutir economia global, pobreza e desenvolvimento.

Dow Jones Futuro: -0,50%


S&P 500 Futuro: -0,80%


Nasdaq Futuro: -1,06%

Ásia

Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam em baixa nesta terça-feira, pressionados pelo aumento das tensões entre EUA e China. As ações da chinesa Wingtech caíram 10% em Xangai pelo segundo dia consecutivo. O recuo ocorre após o governo holandês assumir o controle da subsidiária Nexperia.

Shanghai SE (China), -0,62%


Nikkei (Japão): -2,58%


Hang Seng Index (Hong Kong): -1,73%


Nifty 50 (Índia): -0,43%


ASX 200 (Austrália): +0,19%

Petróleo

Os preços do petróleo operam em baixa, com as crescentes tensões entre China e EUA prejudicando o apetite por ativos de risco, e os investidores aguardam dados da Agência Internacional de Energia que pode reforçar as expectativas de um superávit.

Petróleo WTI, -1,82%, a US$ 68,41 o barril


Petróleo Brent, -1,86%, a US$ 62,12 o barril

Agenda

Com o governo dos EUA parado, os investidores acompanham discursos de membros do Federal Reserve.

Por aqui, no Brasil, o presidente Lula (PT) afirmou na segunda-feira (13), em Roma, que busca alguém “gabaritado”, e não um amigo, para substituir Luís Roberto Barroso no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele disse que o critério será a capacidade de cumprir a Constituição, sem distinção de gênero ou cor. O favorito é o ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, mas também são cotados Rodrigo Pacheco e Bruno Dantas.

*Com informações do InfoMoney e Bloomberg

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