Índice
Os mercados globais operam em queda nesta sexta-feira (14), ampliando o mau humor que tomou conta de Wall Street na véspera, quando o mercado registrou sua maior baixa em mais de um mês. A cautela reflete a incerteza sobre o ritmo dos cortes de juros pelo Federal Reserve, o banco central estadunidense, e a percepção de que as ações de tecnologia estão com valuations esticados.
O valuation de uma empresa é o processo de determinar o valor de mercado que ela tem, o que é fundamental para decisões como compra, venda, fusão, aquisição e investimento. Ronda nos mercados o temor de que o setor de tecnologia esteja vivendo uma bolha.
Com a reabertura da economia norte-americana após dias de paralisação do governo (shutdown), os investidores passam a focar a próxima leva de indicadores. As apostas de um corte de juros em dezembro caíram para menos de 50%, reforçando o clima de prudência.
No Brasil, a agenda do dia inclui o IGP-10, às 8h, e os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), às 9h, termômetros importantes para acompanhar inflação e mercado de trabalho. Ao longo do dia, o mercado local também repercute os balanços do terceiro trimestre de Azul, Cosan e Raízen, que podem influenciar o desempenho do Ibovespa.
Nos EUA, atenções se voltam aos discursos de dirigentes do Fed ao longo do dia. Investidores buscam sinais sobre juros e inflação em meio ao recente reequilíbrio do país após o fim do shutdown de 43 dias, o mais longo da história. Apesar da retomada gradual das atividades, setores como aviação e assistência social ainda operam com restrições.
Na China, novos dados reforçam a perda de tração da economia. O investimento em ativos fixos recuou nos primeiros dez meses do ano, pressionado pelo setor imobiliário, enquanto vendas no varejo e produção industrial também desaceleraram, aumentando a preocupação global com a demanda no país.
Brasil
O Ibovespa encerrou a quinta-feira (13) com queda de 0,30%, aos 157.162 pontos, registrando a segunda baixa consecutiva após 15 sessões de alta e um rali que levou o índice a recordes históricos. Apesar da correção, o acumulado do ano ainda supera 30% de valorização.
O dólar comercial subiu 0,13%, cotado a R$ 5,30, enquanto os juros futuros (DIs) avançaram em toda a curva.
O cenário externo também pressionou o mercado brasileiro. As bolsas americanas encerraram o dia em forte baixa, com os principais índices recuando mais de 1%.
Europa
As bolsas europeias operam em trajetória negativa, com temores sobre uma possível bolha de inteligência artificial e a economia global abalando a confiança dos investidores. Na seara de dados, os investidores acompanham hoje mais uma rodada da temporada de balanços, com destaque para os números da seguradora alemã Allianz.
STOXX 600: -0,92%
DAX (Alemanha): -0,69%
FTSE 100 (Reino Unido): -0,18%
CAC 40 (França): -0,36%
FTSE MIB (Itália): -0,91%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York caem hoje, reverberando o tombo de ontem em Wall Street e com os agentes refletindo sobre os impactos do fim da paralisação do governo dos EUA, a mais longa da história, com prejuízo para a divulgação de dados econômicos relevantes.
Dow Jones Futuro: -0,13%
S&P 500 Futuro: -0,28%
Nasdaq Futuro: -0,52%
Ásia
As bolsas asiáticas caíram nesta sexta, acompanhando as perdas em Wall Street, com as ações de tecnologia ainda sob pressão e as dúvidas sobre um possível corte nas taxas de juros pelo Fed em dezembro.
Das notícias da região, a desaceleração econômica da China se intensificou no mês passado, com dados mostrando que o investimento em ativos fixos, que inclui o setor imobiliário, caiu nos primeiros 10 meses do ano. As vendas no varejo, por sua vez, recuaram, e o crescimento da produção industrial também desacelerou.
Shanghai SE (China), -0,97%
Nikkei (Japão): -0,44%
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,85%
Nifty 50 (Índia): -0,45%
ASX 200 (Austrália): -1,36%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem, enquanto os investidores avaliam as preocupações com o excesso de oferta global em meio às iminentes sanções contra a petroleira Lukoil, da Rússia.
Petróleo WTI, +1,35%, a US$ 59,48 o barril
Petróleo Brent, +1,25%, a US$ 63,80 o barril
Agenda
Dia de agenda internacional esvaziada hoje. No alvo das atenções dos investidores estão a temporada de balanços do terceiro trimestre e, nos EUA, discursos de membros do Federal Reserve, que ajudarão a balizar as apostas para a política monetária.
Por aqui, no Brasil, o 13º salário deve injetar R$ 369,4 bilhões na economia brasileira até 20 de dezembro, beneficiando 95,3 milhões de pessoas, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). A maior parte dos recursos, R$ 260 bilhões, será destinada a empregados formais, e o pagamento médio será de R$ 3.512. O benefício movimenta o consumo, gera renda e contribui para a arrecadação de impostos, com concentração maior na região Sudeste.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg