Índice
Os mercados globais operam em sua maioria em alta, nesta manhã de sexta-feira (10), mesmo após uma semana marcada pela falta de direção e incertezas políticas nos Estados Unidos. A paralisação (shutdown) do governo dos Estados Unidos chega ao décimo dia sem acordo entre democratas e republicanos sobre o orçamento.
Enquanto monitoram a situação política, os investidores acompanharam a divulgação dos primeiros balanços corporativos — com resultados positivos da Delta Air Lines e da PepsiCo —, que antecedem a abertura da temporada oficial na próxima semana, com destaque para os grandes bancos, como Citi e JPMorgan.
No Brasil, o mercado acompanha os efeitos da rejeição da MP 1.303, que frustrou expectativas fiscais e gerou reações mistas nos ativos locais. O IPCA de setembro, abaixo do esperado, trouxe algum alívio, mas declarações do Banco Central sugerindo taxa Selic elevada por mais tempo esfriaram o otimismo.
No cenário externo, tensões políticas na França e no Japão, além do fortalecimento global do dólar, adicionam pressão sobre o real. Já no Oriente Médio, Israel e Hamas firmaram um acordo que encerra formalmente a guerra na Faixa de Gaza após mais de dois anos.
Hoje, o destaque no Brasil é o IPP (Índice de Preços ao Produtor), que pode sinalizar tendências futuras de inflação industrial. Nos EUA, o mercado acompanha o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan e falas de dirigentes do Federal Reserve ao longo do dia.
Brasil
O Ibovespa encerrou a sessão de quinta-feira (9) em baixa de 0,31%, aos 141.708 pontos, pressionado principalmente pela queda das ações da Petrobras e no embalo do exterior, que fechou em baixa generalizada.
Já o dólar comercial subiu 0,58%, a R$ 5,375, em um dia marcado por aversão ao risco e instabilidade nos mercados globais. Enquanto isso, os juros futuros recuaram ao longo de toda a curva.
Os papéis da petroleira caíram 1,44%, acompanhando o recuo do petróleo. A Vale (VALE3) chegou a tentar compensar a queda com a alta do minério, mas virou para o vermelho no fim do pregão, com baixa de 0,15%.
Europa
O índice Stoxx Europe 600 opera estável nesta sexta-feira, com alta no CAC 40, enquanto o presidente Emmanuel Macron busca um novo premiê para sustentar o acordo orçamentário. Investidores aguardam dados econômicos da Europa, como produção industrial italiana e inflação russa.
STOXX 600: +0,05%
DAX (Alemanha): +0,15%
FTSE 100 (Reino Unido): -0,17%
CAC 40 (França): +0,42%
FTSE MIB (Itália): +0,35%
Estados Unidos
Os índices futuros operam em trajetória positiva nesta sexta-feira, com a leitura do sentimento do consumidor da Universidade de Michigan no radar dos agentes. Os investidores também estão apostando na continuidade do ciclo de flexibilização da taxa de juros pelo Federal Reserve, o banco central estadunidense, apoiando a economia e as ações.
Dow Jones Futuro: +0,12%
S&P 500 Futuro: +0,13%
Nasdaq Futuro: +0,17%
Ásia
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam majoritariamente em baixa, refletindo as quedas em Wall Street, enquanto investidores analisam o cenário econômico. Ações da SK Hynix e Samsung atingiram recordes, impulsionadas por acordos em IA envolvendo OpenAI e AMD. No Japão, a saída do Komeito da coalizão governista aumentou a tensão política após a eleição de Sanae Takaichi como líder do PLD.
Shanghai SE (China), -0,94%
Nikkei (Japão): -1,01%
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,73%
Nifty 50 (Índia): +0,50%
ASX 200 (Austrália): -0,13%
Petróleo
Os preços do petróleo recuam pelo segundo dia seguido após o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, que prevê o fim dos confrontos na Faixa de Gaza em até 24 horas e a libertação de reféns israelenses em até 72 horas.
Petróleo WTI, -0,20%, a US$ 61,39 o barril
Petróleo Brent, -0,32%, a US$ 65,01 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, é aguardado o índice de confiança do consumidor de outubro.
Por aqui, no Brasil, o governo federal lançou uma linha de crédito de R$ 5 mil a R$ 30 mil para reformas de casas próprias, com juros de 1,17% a 1,95% ao mês, segundo portaria do Ministério das Cidades publicada na quinta-feira (9). Os recursos poderão ser usados para materiais, mão de obra e acompanhamento técnico, e o valor da parcela não poderá ultrapassar 25% da renda familiar. O programa prevê até R$ 30 bilhões em empréstimos até 2026, financiados pelo Fundo Social do Pré-Sal, com prioridade para famílias de baixa renda.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg