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Mercados globais operam mistos em dia de decisão de juros nos EUA

por Adriana Cardoso
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Os mercados globais operam sem direção única, nesta quarta-feira (29), em um dia marcado pela expectativa em torno da decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) sobre os juros e pelos balanços das gigantes de tecnologia Meta, Microsoft e Alphabet (Google).

O mercado projeta um corte de 0,25 ponto percentual, movimento já amplamente precificado pelos investidores. A decisão deve levar a taxa para o intervalo entre 3,75% e 4% ao ano, segundo projeções compiladas pela Reuters. O foco, no entanto, recai sobre o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que pode indicar o ritmo dos próximos ajustes — especialmente diante das apostas de novo corte em dezembro, segundo dados da ferramenta FedWatch.

Além da política monetária, a atenção dos investidores também se volta à temporada de resultados do terceiro trimestre, com destaque para as big techs. As expectativas são de balanços robustos, capazes de sustentar as altas avaliações de mercado das companhias.

Na véspera, o Senado dos EUA aprovou um projeto que busca derrubar tarifas comerciais impostas pelo governo Donald Trump ao Brasil. Apesar do avanço, o texto deve enfrentar resistência na Câmara, que já aprovou uma norma limitando a revisão dessas medidas.

No Brasil, os mercados aguardam a próxima decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), marcada para 5 de novembro. Antes disso, o foco estará na divulgação de balanços de Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4), além do Relatório Mensal da Dívida Pública de setembro, a ser publicado pelo Tesouro Nacional.

Também estão na agenda econômica do Brasil a divulgação da Confiança da Indústria de outubro e  relatório de juros/spread do Banco Central.

Brasil

O Ibovespa encerrou o pregão de terça-feira (28) em nova máxima histórica, aos 147.428 pontos, alta de 0,31%. É a quinta valorização seguida do principal índice da Bolsa brasileira, sequência que não ocorria desde abril. O avanço mantém o rali iniciado em setembro, quando o índice ultrapassou pela primeira vez o patamar dos 146 mil pontos.

O desempenho foi sustentado pelo cenário externo favorável e pelo salto de 15,6% das ações da Marfrig (MRFB3), que ainda repercutem o anúncio da joint venture Sadia Halal. A Vale (VALE3) também contribuiu, com alta de 0,88%. Entre os bancos, predominou leve viés positivo, com Banco do Brasil (+0,53%) e Itaú Unibanco (+0,34%) entre os destaques.

No câmbio, o dólar recuou 0,19%, a R$ 5,36, enquanto os juros futuros (DIs) avançaram ao longo da curva.

Europa

As bolsas europeias apresentam movimentos mistos, refletindo a cautela dos investidores antes da decisão de juros nos Estados Unidos. As atenções também se voltam para a temporada de balanços corporativos na Europa. Grandes empresas divulgam seus resultados, como Airbus, UBS, Banco Santander, Equinor, Deutsche Bank, BASF, Adidas, GSK e Endesa. O cenário mostra expectativa e ajustes nas posições do mercado.

STOXX 600: +0,04%


DAX (Alemanha): +0,07%


FTSE 100 (Reino Unido): +0,38%


CAC 40 (França): -0,05%


FTSE MIB (Itália): -0,04%

Estados Unidos

Os índices futuros de Nova York operam mistos hoje, com os agentes à espera da divulgação da decisão sobre os juros pelo Federal Reserve mais tarde, enquanto acompanham as questões geopolíticas, como a redução das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Está marcado para esta quinta-feira (30), na Coreia do Sul, o encontro entre os presidentes Donald Trump (EUA) e Xi Jinping (China). O resultado dessa reunião pode definir os próximos passos nas relações comerciais entre as duas potências.

Dow Jones Futuro: -0,06%


S&P 500 Futuro: +0,27%


Nasdaq Futuro: +0,48%

Ásia

Os mercados da Ásia-Pacífico encerraram sem direção única, refletindo a cautela dos investidores antes da decisão de juros nos Estados Unidos. No Japão, o índice Nikkei 225 atingiu um recorde histórico acima de 51.000 pontos, impulsionado pelo otimismo nas relações comerciais entre EUA e Japão. O avanço foi reforçado pelo acordo sobre terras raras assinado entre Donald Trump e a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi. O clima regional é de expectativa e otimismo moderado.

Shanghai SE (China), +0,70%


Nikkei (Japão): +2,17%


Hang Seng Index (Hong Kong): -0,33%


Nifty 50 (Índia): +0,55%


ASX 200 (Austrália): -0,96%

Petróleo

Os preços do petróleo operam em baixa, ampliando as quedas das três sessões anteriores, com os investidores avaliando o impacto das sanções contra os principais produtores russos de petróleo bruto.

Petróleo WTI, -0,47%, a US$ 59,87 o barril


Petróleo Brent, -0,48%, a US$ 64,09 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, saem os dados de moradias pendentes, enquanto o mercado aguarda a decisão dos juros pelo Federal Reserve.

Por aqui, no Brasil, o Senado dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que derruba as tarifas comerciais impostas pelo governo Donald Trump sobre produtos brasileiros. A resolução contou com 52 votos favoráveis – incluindo cinco republicados – e 48 contrários. Os senadores contestaram a base legal para a aplicação de tarifas adicionais de 50% ao Brasil a uma série de produtos, como petróleo, café e suco de laranja. A proposta foi apresentada pelo senador democrata Tim Kaine, da Virgínia.

*Com informações do InfoMoney e Bloomberg

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