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Mercados globais ignoram paralisação do governo dos EUA e avançam nesta 6ª

por Adriana Cardoso
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Os mercados globais operam no campo positivo, nesta sexta-feira (3), após Wall Street encerrar a véspera com novos recordes históricos. O avanço é impulsionado pela confiança do mercado no potencial da inteligência artificial, que continua ofuscando os riscos gerados pela paralisação do governo norte-americano.

O shutdown, iniciado na quarta-feira (1º), já afeta a divulgação de dados econômicos importantes, como o relatório de empregos de setembro (payroll), essencial para as decisões futuras do Federal Reserve, o banco central dos EUA. Sem esses dados, cresce a incerteza sobre os próximos passos na política de juros.

Enquanto o Senado se reúne hoje, após o feriado de Yom Kippur, o presidente Donald Trump endurece o discurso e ameaça cortar agências federais que, segundo ele, foram “aparelhadas” por democratas. A medida inclui o bloqueio de US$ 26 bilhões em repasses a estados majoritariamente democratas, afetando áreas como transporte e energia limpa.

Apesar do cenário político tenso, os investidores mantêm o foco em setores ligados à IA, como a Nvidia, que acumula alta de quase 41% no ano. Em paralelo, os mercados acompanham discursos de dirigentes do Fed e o índice PMI de serviços, que se mantém como uma das poucas fontes de dados em meio à paralisação.

No Brasil, o mercado monitora a divulgação da produção industrial de agosto, prevista para as 9h.

Brasil

O Ibovespa fechou a quinta-feira (2) em queda de 1,08%, aos 143.949 pontos, registrando seu pior desempenho desde agosto. A queda veio em dia de aversão ao risco no Brasil, apesar da aprovação unânime do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. O dólar comercial subiu 0,20%, para R$ 5,339, e os juros futuros avançaram em toda a curva.

O presidente Lula (PT) celebrou, em publicação nas redes sociais, a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto enviado pelo governo ao Congresso que amplia a faixa de isenção do IR, uma promessa de campanha do petista. Lula afirmou que a medida “corrige uma grande injustiça” no sistema de tributação de rendas no país. O projeto ainda precisa ser analisado pelo Senado, que já aprovou proposta semelhante.

Europa

As bolsas europeias se movimentam no campo positivo, aproveitando o impulso que elevou os índices regionais nesta semana.

STOXX 600: +0,40%


DAX (Alemanha): +0,17%


FTSE 100 (Reino Unido): +0,48%


CAC 40 (França): +0,28%


FTSE MIB (Itália): +0,47%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA sobem hoje, enquanto os agentes monitoram as consequências da paralisação do governo estadunidense, que afeta a divulgação de dados macroeconômicos importantes, como o payroll. Os democratas insistem na manutenção dos subsídios de saúde como condição para aprovar o financiamento, enquanto os republicanos rejeitam negociar o tema antes da retomada das atividades governamentais.

Dow Jones Futuro: +0,19%


S&P 500 Futuro: +0,24%


Nasdaq Futuro: +0,26%

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mistos nesta sexta-feira. As ações da Hitachi subiram mais de 9% após anunciar parceria com a OpenAI para desenvolver infraestrutura de inteligência artificial. O Nikkei 225 avançou 1,57% e o Topix, 1,33%, enquanto a taxa de desemprego no Japão subiu para 2,6% em agosto, acima das projeções. O PMI de serviços subiu para 53,3, impulsionado pela demanda interna. Mercados da China e Coreia do Sul permaneceram fechados por feriado.Shanghai SE (China), fechado por feriado

Nikkei (Japão): +1,85%


Hang Seng Index (Hong Kong): -0,54%


Nifty 50 (Índia): -0,08%


ASX 200 (Austrália): +0,46%

Petróleo

Os preços do petróleo sobem, mas caminham para perda semanal, devido a preocupações com excesso de oferta no mercado antes de uma reunião da OPEP+ no fim de semana.

Petróleo WTI, +1,11%, a US$ 61,15 o barril


Petróleo Brent, +1,00%, a US$ 64,75 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, são aguardados discursos de membros do Federal Reserve e a divulgação do PMI e ISM de serviços.

Por aqui, no Brasil, o Senado planeja votação acelerada do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda, aprovado na quarta-feira (1º) pela Câmara, buscando levar o texto diretamente ao plenário sem análise em comissões. A ideia é aprovar o projeto sem alterações para evitar retorno à Câmara e reduzir desgastes entre as Casas. Renan Calheiros (MDB-AL) é cotado para relatoria, com aval informal do governo, enquanto a bancada do PL no Senado pretende propor ajustes nas compensações. O projeto enviado pelo governo Lula amplia a isenção para salários de até R$ 5 mil, beneficiando cerca de 26,6 milhões de contribuintes e custando R$ 25,8 bilhões por ano.

*Com informações do InfoMoney e Bloomberg

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