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Os mercados globais sobem, nesta quinta-feira (18), com os investidores repercutindo a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) de cortar as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, o primeiro corte em nove meses.
A autoridade monetária estadunidense também sinalizou pelo menos mais dois cortes até o fim do ano — além de novas reduções previstas para 2026 e 2027.
A decisão veio após cinco reuniões consecutivas de manutenção e teve dissidência: o novo diretor do Fed, Stephen Miran, indicado pelo presidente Donald Trump, votou por um corte maior, de 0,50 ponto. O movimento foi bem recebido pelo mercado, que vê um ciclo mais claro de flexibilização monetária à frente.
No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central optou por manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano pela segunda vez consecutiva. O comunicado reforçou preocupação com a inflação ainda acima da meta, impulsionada por atividade econômica aquecida e um mercado de trabalho pressionado. O BC indicou que deve manter os juros em nível elevado por tempo prolongado.
No campo político, a Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para o projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e demais condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A medida, capitaneada por Hugo Motta (Republicanos-PB), atende à base bolsonarista, mas ainda não há texto consolidado nem data para votação do mérito.
Na agenda do dia, destaque para os pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA. Na Europa, o Banco da Inglaterra deve manter os juros em 4%. No Brasil, o calendário econômico está esvaziado.
Brasil
O Ibovespa encerrou o pregão de quarta-feira (17) com alta de 1,06%, aos 145.593,63 pontos — novo recorde histórico de fechamento, superando o marco estabelecido no dia anterior. Pela primeira vez, o índice rompeu a barreira dos 145 mil pontos e chegou a atingir 146.330,90 na máxima intradiária.
O avanço foi impulsionado pela decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense), que cortou os juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual. Embora já esperado, o movimento foi interpretado como mais dovish (brando) do que o previsto, com sinalizações de novos cortes em 2025. A leitura positiva levou a uma nova onda de otimismo nos mercados emergentes, pois, com os juros mais baixos por lá, o capital estrangeiro normalmente busca onde se remunera mais.
Na ponta cambial, o dólar comercial teve leve alta de 0,06%, a R$ 5,301, em meio a um dia volátil.
Europa
As bolsas europeias avançam hoje, enquanto investidores avaliam o corte de juros promovido pelo Fed na véspera. Já o Banco da Inglaterra deve manter as taxas de juros em 4%.
STOXX 600: +0,63%
DAX (Alemanha): +1,11%
FTSE 100 (Reino Unido): +0,26%
CAC 40 (França): +1,01%
FTSE MIB (Itália): +0,45%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA avançam hoje, com os agentes repercutindo a queda na taxa de juros do país. Em outra frente, a FedEx divulgará seus resultados após o fechamento dos mercados, com expectativa de impacto da decisão do presidente Donald Trump de encerrar a isenção tarifária para encomendas de baixo valor da China e Hong Kong, que representam cerca de 75% das remessas isentas abaixo de US$ 800 aos EUA.
Dow Jones Futuro: +0,52%
S&P 500 Futuro: +0,70%
Nasdaq Futuro: +0,91%
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única, com destaque mais uma vez para o índice Nikkei, do Japão, que subiu 1,15% e fechou em um novo recorde de 45.303,43 pontos, liderado por ganhos nos setores imobiliário e de tecnologia.
O Banco do Japão deu início à sua reunião de política monetária de dois dias, onde a maioria dos economistas espera que ele mantenha as taxas de juros estáveis.
Shanghai SE (China), -1,15%
Nikkei (Japão): +1,15%
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,35%
Nifty 50 (Índia): +0,23%
ASX 200 (Austrália): -0,83%
Petróleo
Os preços do petróleo operam perto da estabilidade, após dados mostrarem aumento nos estoques de diesel nos EUA, o que elevou as preocupações sobre a demanda.
Petróleo WTI, +0,05%, a US$ 64,08 o barril
Petróleo Brent, +0,03%, a US$ 67,97 o barril
Agenda
Nos EUA, saem os dados do seguro-desemprego semanal, um dos termômetros do mercado de trabalho.
Por aqui, no Brasil, o segundo projeto de regulamentação da reforma tributária (PLP 108/2024) foi aprovado na quarta-feira (17) na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e seguirá para votação no Plenário da Casa na próxima terça-feira (23). O texto permite que empresas regularizem pendências fiscais em 2026 sem risco imediato de multa e estabelece ajustes em tributos como CBS, IBS e Imposto Seletivo. As mudanças visam destravar a criação do Comitê Gestor e a edição das normas infralegais da reforma, que entra em vigor em janeiro de 2026.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg