Índice
Os mercados começam a quinta-feira (2) sem direção definida, refletindo os efeitos da paralisação parcial do governo dos EUA — a primeira em quase sete anos. O impasse orçamentário já afeta 750 mil servidores públicos e suspendeu a divulgação de dados econômicos cruciais, como o payroll, previsto para esta sexta (3).
Apesar do cenário fiscal conturbado, o foco dos investidores permanece na política monetária. Dados fracos de emprego da ADP, divulgados ontem, reforçaram a leitura de desaquecimento no mercado de trabalho, alimentando expectativas de novos cortes de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) ainda este ano.
Sem os dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego, suspensos pelo Departamento do Trabalho, o destaque do dia recai sobre o relatório de demissões do setor privado, da Challenger, e o discurso de Lorie Logan, dirigente do Fed, às 11h30 (horário de Brasília).
No Brasil, o mercado repercute a aprovação na Câmara do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil. O IPC-Fipe de setembro, divulgado nesta manhã, ajuda a compor a percepção sobre inflação.
Brasil
O Ibovespa fechou em queda de 0,49% na quarta-feira (1º), aos 145.517 pontos, interrompendo momentaneamente a sequência de recordes — mas sem perder o viés positivo. A leve realização reflete um dia de menor apetite por risco diante da paralisação do governo dos EUA (shutdown), que ganhou protagonismo nos mercados globais.
Enquanto isso, o dólar comercial oscilou perto da estabilidade e subiu 0,11%, a R$ 5,329, acompanhando a fraqueza generalizada da moeda americana. Já os juros futuros mantiveram a tendência de queda ao longo da curva, embora com pouco fôlego.
Europa
Os mercados europeus sobem nesta quinta-feira (2), puxados por ações de tecnologia, após a OpenAI ser avaliada em US$ 500 bilhões com venda de US$ 6,6 bilhões em ações. A empresa também anunciou parcerias na Coreia do Sul para o fornecimento de chips ao projeto Stargate. O otimismo se soma à expectativa por discursos de dirigentes do Banco Central Europeu.
STOXX 600: +0,64%
DAX (Alemanha): +1,09%
FTSE 100 (Reino Unido): -0,11%
CAC 40 (França): +1,07%
FTSE MIB (Itália): +0,40%
Estados Unidos
Os índices futuros operam sem direção única, após o Senado dos EUA ter rejeitado novamente os projetos de lei republicanos e democratas para financiar o governo. Hoje, o Senado permanecerá inativo em comemoração ao Yom Kippur. Portanto, amanhã será um dia crucial para que se aprove ou não os projetos necessários para pôr fim ao shutdown.
Dow Jones Futuro: -0,05%
S&P 500 Futuro: +0,16%
Nasdaq Futuro: +0,35%
Ásia
As bolsas da Ásia-Pacífico fecharam em alta nesta quinta, com destaque para o Kospi, da Coreia do Sul, que subiu mais de 3% e renovou máxima histórica, impulsionado pelas ações da Samsung e SK Hynix após parceria com a OpenAI. Os papéis subiram mais de 4% e 11%, respectivamente. Mercados da China e da Índia permaneceram fechados devido a feriados locais.
Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão): +0,87%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,61%
Nifty 50 (Índia): fechado por feriado
ASX 200 (Austrália): +1,13%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem após três dias consecutivos de perdas, já que a paralisação do governo dos EUA alimentou preocupações sobre a economia global, enquanto os traders esperavam que mais oferta de petróleo chegasse ao mercado com um aumento de produção planejado pela OPEP+ no mês que vem.
Petróleo WTI, +0,05%, a US$ 61,81 o barril
Petróleo Brent, +0,02%, a US$ 65,36 o barril
Agenda
Nos EUA, são aguardados o discurso de Logan, do Federal Reserve, e dados do balanço patrimonial do Federal Reserve.
Por aqui, no Brasil, o vice-presidente Geraldo Alckmin conversou por telefone com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, sobre relações comerciais bilaterais. Alckmin reforçou que o Brasil avalia respostas ao “tarifaço” americano, mas prefere o diálogo e a negociação. A conversa ocorreu enquanto Brasil e EUA tentam viabilizar uma reunião entre os presidentes Lula e Donald Trump.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg