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Márcio Macedo deixa Secretaria-Geral para disputar eleições em 2026

por Amanda Prado
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Por Cleber Lourenço

O ICL Notícias apurou que a saída de Márcio Macedo da Secretaria-Geral da Presidência da República foi uma decisão construída em diálogo direto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo membros da equipe do ministro, Lula solicitou pessoalmente que ele concentre esforços na disputa eleitoral de 2026, em um movimento que reforça a estratégia do governo de ampliar sua representação no Congresso Nacional.

Fontes próximas ao ministro afirmam que Lula avalia que a experiência política de Macedo pode ser decisiva para fortalecer o campo progressista nas eleições do próximo ano. O presidente teria destacado que o momento é de reorganizar o partido e preparar novas lideranças regionais, especialmente no Nordeste, região onde o PT mantém seu principal reduto eleitoral.

A orientação de Lula é que Márcio Macedo invista na consolidação de alianças e na ampliação de sua base política em Sergipe, seu estado de origem. Aliados dizem que ele deve intensificar viagens, encontros com prefeitos e lideranças locais, além de participar de eventos partidários e audiências públicas voltadas ao fortalecimento da agenda do governo federal na região. O foco, segundo interlocutores, é definir se a candidatura será à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal.

A disputa por uma vaga no Senado, embora vista com cautela, é considerada viável dentro da equipe do ministro. Essa opção, contudo, dependerá de uma análise mais ampla conduzida pela direção nacional do PT e pela articulação política do governo. Avaliarão o peso das alianças regionais, a correlação de forças com aliados de outros partidos da base e o impacto eleitoral de uma candidatura majoritária de Macedo.

Dentro do partido, o nome de Márcio Macedo é visto como símbolo de fidelidade e coerência política. Um dos fundadores do PT em Sergipe, ele tem trajetória ligada à organização popular e à defesa das políticas sociais. Durante sua passagem pela Secretaria-Geral, atuou como um dos principais pontos de contato entre o Palácio do Planalto e os movimentos sociais, além de coordenar pautas estratégicas relacionadas à participação social e à mobilização de base.

Saída de Macedo: transição no governo

A avaliação entre aliados é que a saída de Macedo representa uma transição planejada, e não uma ruptura. O ministro teria informado à equipe que pretende continuar colaborando com o governo em temas de mobilização e articulação, mesmo fora do cargo. Essa aproximação deve se manter por meio de interlocução direta com o próprio Lula e com os coordenadores políticos do Planalto.

Com a saída de Macedo, Lula decidiu nomear o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para assumir a Secretaria-Geral da Presidência. A escolha foi interpretada como um gesto de aproximação com o campo da esquerda e uma sinalização de confiança política ao deputado, que passará a integrar formalmente o primeiro escalão do governo com status de ministro de Estado.

A nomeação de Boulos marca um movimento estratégico do presidente para reforçar o diálogo com movimentos sociais e ampliar a base de apoio popular do governo. No Planalto, a avaliação é que a presença de Boulos na equipe ministerial reforçará o vínculo histórico entre o governo e as pautas de justiça social, habitação e participação popular — áreas em que o deputado construiu sua trajetória política.

A substituição de Macedo por Boulos faz parte de um redesenho mais amplo da estrutura do Palácio do Planalto, voltado para preparar o governo para o ciclo eleitoral e o segundo biênio do mandato. A expectativa é de que a transição seja anunciada ainda hoje, consolidando uma nova fase da articulação política e social do governo Lula.

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