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Lula deve pedir comprometimento dos países para quadruplicar combustíveis sustentáveis

por Laura Kotscho
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Por Pedro Lovisi

(Folhapress) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve pedir nesta sexta-feira (7) para que os mais de cem líderes presentes na Cúpula do Clima, em Belém, se comprometam a quadruplicar a produção de combustíveis sustentáveis até 2035. O pleito, que engloba biocombustíveis, é aguardado com ansiedade pela indústria de bioenergia do país.

A expectativa é que o tema seja tratado durante a sessão da Cúpula que debate transição energética, marcada para as 11h. Nela, o Brasil deve pontuar que a eletrificação de alguns processos é importante para reduzir as emissões de carbono, mas que alguns setores como aviação, navio, indústria pesada e transporte rodoviário dependerão de combustíveis por um longo tempo.

O tema é importante sobretudo para a indústria automobilística no Brasil e para o agronegócio. A primeira vê o compromisso como uma forma de garantir que carros movidos a biocombustíveis sejam também adotados em larga escala em outros países; já o segundo se entusiasma com a possibilidade de aumentar as exportações de biocombustíveis, entre eles etanol e biodiesel.

O pleito se apoia em um relatório lançado em outubro pela AIE (Agência Internacional de Energia). Nele, a agência pontua que se todas as políticas prometidas sobre energia sustentável forem colocadas em prática, a produção de desses combustíveis quadruplicará até 2035, em relação aos níveis de 2024.

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa acompanhado de chefes de estado da foto de família na COP30. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Para isso, no entanto, a organização pontua que é necessário a remoção de barreiras de mercado. Também sinaliza a importância de que os países estabeleçam metas adaptadas a seu contexto, usando a tecnologia mais favorável, além de aumentar a previsibilidade da demanda para elevar a confiança do mercado.

A AIE ainda pontua que os países devem cooperar no desenvolvimento de metodologias transparentes e robustas de contabilização de carbono desses combustíveis –esse é um pleito importante para o Brasil, que em fóruns internacionais tenta convencer os demais países da baixa pegada de carbono dos biocombustíveis.

A expectativa é que o pleito de Lula fique aberto para que os países possam aderir ao compromisso de forma gradual. A reportagem apurou, no entanto, que ao menos 12 países já aderiram, entre eles Itália e Japão, dois países entusiastas dos biocombustíveis.

É improvável, no entanto, que a União Europeia adere à meta. Influenciado pelas políticas climáticas da Alemanha, o bloco é resistente à adoção de biocombustíveis advindos de cultivos comestíveis, como palma, soja, milho e cana-de-açúcar.

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