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Por Maria Clara Alcântara — Nesta sexta-feira (19), durante o evento Despertar, os criadores de conteúdo Laura Sabino e Ian Neves subiram ao palco para falar sobre o impacto da juventude comunista nas redes sociais e os desafios de disputar narrativas em plataformas controladas pelas big techs capitalistas.
Reconhecidos como pioneiros na produção de conteúdos educacionais marxistas no Brasil, Laura e Ian discutiram as contradições e potências de ocupar esses espaços digitais.
“Nós, que somos comunistas, deveríamos estar na internet. Isso não é contraditório? As big techs não foram feitas pra gente e aí a gente foi cavando esse lugar até construir um pouco dessa rede de comunicação”, afirmou Ian.
Ian Neves debate a importância de usar as redes sociais. Créditos: ICL
Laura reforçou que, ao se inserir nas redes, conseguiram abrir espaço para debates ignorados pela grande mídia.
Laura Sabino foi pioneira na criação de conteúdo progressista. Créditos: ICL
“Quando a gente fala de genocídio em Gaza, tem que censurar. Mas quando tem imagens de crianças e adultos zoando que claramente fazem referência à pedofilia, aí não precisa de censura. Isso mostra o que as redes sociais esperam da gente.”
Ambos ressaltaram que a comunicação digital deve ser usada como instrumento de mobilização:
“A gente dá um recado no final, que é para dizer: não deixe esse ódio te desmobilizar, deixe esse ódio te organizar. A gente sempre termina falando: organize-se, organize-se, volte a se enxergar como agente político.”
Ao fim da palestra, Ian e Laura convidaram outros creators presentes no evento, chamados por eles de “camaradas”, para subir ao palco em um gesto coletivo de valorização da produção colaborativa de conteúdo comunista.
“Nossa área de conhecimento não é competitiva, ela é colaborativa. Quanto mais tiver, melhor”, disse Ian.
A fala se encerrou em clima de entusiasmo, com a plateia entoando em coro: “Sem anistia!”