Os ativistas da flotilha Global Sumud serão deportados de volta à Europa, anunciou o governo de Israel nesta quinta-feira (2). Os humanitários tentaram furar o bloqueio à Faixa de Gaza, mas foram interceptados na quarta-feira (1º).
A rota dos barcos teve origem em Barcelona, no dia 31 de agosto, e reunia 45 embarcações e ativistas de mais de 45 países. Entre os detidos que participavam da missão, estavam a suéca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila.
De acordo com uma publicação do Ministério das Relações Exteriores de Israel no X, os ativistas “estão a caminho de Israel com segurança e tranquilidade”, onde serão iniciados os “procedimentos de deportação para a Europa”. Ainda não foi esclarecido para qual país os detidos serão enviados.
Hamas-Sumud passengers on their yachts are making their way safely and peacefully to Israel, where their deportation procedures to Europe will begin. The passengers are safe and in good health. pic.twitter.com/pzzitP5jN8
— Israel Foreign Ministry (@IsraelMFA) October 2, 2025
Flotilha Global Sumud (Foto: gazafreedomflotilla/Instagram)
Críticas a Israel
Em Tel Aviv, o detimento da flotilha gerou mais uma crise diplomática, que já estava sob pressão internacional por causa do conflito em Gaza. A ação das forças militares israelenses foi criticadas por diversos governos, e em países como Espanha, Itália, Tunísia e Colômbia houveram protestos contra a medida.
O Itamaraty publicou uma nota condenando a interceptação.
“O governo brasileiro deplora a ação militar do governo de Israel, que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica. No contexto dessa operação militar condenável, passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas”, afirmou o comunicado.
Pelos menos 12 brasileiros participaram da iniciativa, entre eles Mariana Conti, vereadora de Campinas pelo PSOL; Magno Costa, diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP); Luizianne Lins, deputada federal pelo PT; e a presidente do PSOL-RS, Gabi Tolotti.
Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro expulsou a delegação israelense de Bogotá, nesta quarta-feira (1), após denunciar que duas colombianas foram “detidas” e exigir sua “liberação imediata”. Na Turquia, a ação de Israel foi chamada de “ato de terrorismo”, enquanto a África do Sul disse que o país “viola o direito internacional”.
A Espanha, um dos países membro da União Europeia mais críticos de Tel Aviv na condução do conflito — pelo menos 60 espanhóis estavam na flotilha –, convocou a encarregada de negócios de Israel em Madri.
Segundo a comuniação do Ministério de Relações Exteriores israelense, nenhuma embarcação conseguiu furar o bloqueio.
“Um último barco desta provocação permanece à distância. Caso se aproxime, também será impedido em sua tentativa de entrar em uma zona ativa de combate e romper o bloqueio”, disseram.