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Israel deporta Greta Thunberg e outros ativistas após interceptar flotilha

por Felipe Rabioglio
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O governo de Israel deportou, nesta segunda-feira (6), a ativista sueca Greta Thunberg e outros 170 integrantes da flotilha internacional que seguia em direção à Faixa de Gaza levando ajuda humanitária. O grupo fazia parte da “Flotilha Hamas–Sumud”, formada por cerca de 40 embarcações que foram interceptadas por forças navais israelenses na semana passada. Ao todo, 340 ativistas já foram deportados, segundo as autoridades israelenses.

Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que “Mais 171 provocadores da flotilha Hamas–Sumud, incluindo Greta Thunberg, foram deportados hoje de Israel para a Grécia e a Eslováquia. (…) Todos os direitos legais dos participantes deste espetáculo de relações públicas foram e continuarão sendo plenamente respeitados”. O governo também divulgou uma imagem da ativista no aeroporto antes do embarque. Greta deve chegar à Grécia ainda nesta segunda-feira, de acordo com informações da agência Reuters.

O governo israelense, no domingo, negou estar maltratando Greta Thunberg enquanto a mantinha detida e preparava sua deportação. Essa foi uma resposta a uma denúncia de dois ativistas que também participaram da flotilha e já haviam sido deportados.

As autoridades israelenses sustentam que os participantes, provenientes de diversos países da Europa, dos Estados Unidos, do Oriente Médio, Ásia e África, foram detidos após se recusarem a cooperar com o processo de deportação. A justificativa oficial classifica o grupo como “provocadores” e acusa os ativistas de tentar prolongar deliberadamente sua permanência sob custódia.

 Flotilha internacional que seguia em direção à Faixa de Gaza tinha como objetivo levar ajuda humanitária ao território que sofre com bloqueio terrestre, marítimo e aéreo (Foto: gazafreedomflotilla / Instagram)

Tensões

O episódio reacendeu tensões diplomáticas e gerou críticas internacionais. A interceptação da flotilha, que transportava suprimentos e medicamentos destinados à população de Gaza, foi condenada por diversos governos e organizações humanitárias. Na sexta-feira (3), o governo brasileiro apresentou uma denúncia contra Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, pedindo investigação sobre o incidente.

O Itamaraty confirmou que há 15 brasileiros entre os participantes da flotilha — 14 deles foram detidos e um já deportado. Segundo o governo, 13 brasileiros permanecem no centro de detenção de Ketziot, no deserto de Negev, o maior em extensão territorial do país. Todos receberam visita de representantes diplomáticos brasileiros e, de acordo com o ministério, estão em boas condições de saúde. Entre os detidos está a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).

Bloqueio de Israel completa dois anos

Israel mantém bloqueio terrestre, marítimo e aéreo à Faixa de Gaza desde que o Hamas assumiu o controle do território, em 2007. O atual conflito, iniciado após o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, deixou mais de 67 mil mortos e quase 170 mil feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas — números reconhecidos pela ONU.

A flotilha tinha como meta denunciar a crise humanitária que assola Gaza e pressionar Israel a permitir a entrada de ajuda internacional. Mesmo sob críticas, o governo de Benjamin Netanyahu disse que pretende concluir todas as deportações “o mais rápido possível”, mantendo sua política de bloqueio e segurança na região.

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