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Os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 10,7 bilhões em setembro de 2025, maior valor para meses de setembro da série histórica, ante US$ 3,9 bilhões em setembro de 2024. O montante contribuiu para reduzir o impacto das contas externas, segundo dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira (24).
Do total do IDP, US$ 8,8 bilhões vieram em participação no capital, sendo US$ 4,6 bilhões reinvestidos como lucros.
Os investimentos em carteira apresentaram ingressos líquidos de US$ 4,4 bilhões, resultado de saídas em ações e fundos (-US$ 572 milhões) e ingressos em títulos de dívida (+US$ 5,0 bilhões).
Já as reservas internacionais atingiram US$ 356,6 bilhões, alta de US$ 5,8 bilhões em relação a agosto, puxadas por juros, operações de recompra e variações cambiais.
O aumento recorde de investimentos diretos reforça a atratividade do Brasil para investidores estrangeiros, enquanto as reservas internacionais crescem, sustentando a estabilidade externa.
Déficit das contas externas
O Brasil registrou um déficit de US$ 9,8 bilhões nas contas externas em setembro de 2025, o pior resultado do ano. Em comparação a agosto, quando o déficit foi de US$ 7,4 bilhões, houve aumento de 32%.
O déficit em transações correntes nos últimos 12 meses atingiu US$ 78,9 bilhões (3,61% do PIB), acima dos US$ 76,6 bilhões (3,53% do PIB) de agosto e US$ 49,8 bilhões (2,23% do PIB) de setembro de 2024.
O resultado negativo elevado em transações correntes, impulsionado por importações e despesas de renda primária, evidencia desafios na sustentabilidade de longo prazo do balanço externo.
As contas externas são calculadas pela soma de tudo o que o país paga e recebe em transações com outros países.
Balança Comercial de Bens
O superávit da balança comercial de bens (exportações maiores que importações) de US$ 2,3 bilhões, foi menor que os US$ 4,5 bilhões de setembro de 2024.
O resultado é fruto de exportações de bens, que cresceram 7%, somando US$ 30,7 bilhões, enquanto importações avançaram 17,4%, atingindo US$ 28,4 bilhões, recorde da série.
Dentro desse resultado, o destaque vale para a importação de plataforma de petróleo no valor de US$ 2,4 bilhões.
Conta de Serviços
O déficit registrado na conta de serviços foi de US$ 4,9 bilhões, queda de 11,6% em relação a setembro de 2024.
Já as reduções nos gastos líquidos foram as seguintes: transporte (-7%) e telecomunicações, computação e informações (-12,2%).
Houve aumento expressivo nas despesas com propriedade intelectual (+64,9%) e manutenção das despesas com viagens internacionais (US$ 1,3 bilhão).
Renda Primária
Foi registrado déficit de US$ 7,6 bilhões, 14,1% acima do registrado em setembro de 2024.
Os juros pagos diminuíram para US$ 2,3 bilhões (-5,9%), enquanto lucros e dividendos pagos a estrangeiros subiram para US$ 5,4 bilhões.
A queda nas receitas foi de US$ 631 milhões e o aumento nas despesas, US$ 440 milhões, pressionando o saldo.