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O influenciador de extrema direita Charlie Kirk foi assassinado nesta quarta-feira (10) após ser baleado durante evento na Utah Valley University nos Estados Unidos. Kirk, que levou um tiro no pescoço enquanto fazia uma palestra, chegou a ser levado ao hospital e a passar por cirurgia, mas não resistiu.
Uma porta-voz da universidade disse que Kirk foi atingido pelos disparos 20 minutos depois de começar a falar em público, e que os tiros vieram de um edifício a cerca de 180 metros de distância.
O diretor do FBI, Kash Patel, disse que uma pessoa que havia sido detida como suspeita foi libertada e que ninguém mais está sob custódia. O governador de Utah, Spencer Cox, disse que Kirk era o alvo pretendido. “Quero deixar bem claro que este é um assassinato político”, disse ele.
O presidente norte-americano Donald Trump anunciou sua morte na rede Truth Social: “O grande, e mesmo lendário, Charlie Kirk, está morto”, escreveu Trump. “Ninguém entendeu ou tinha em mãos o coração da juventude dos EUA melhor do que Charlie. Ele era amado e admirado por todos, especialmente por mim, e agora ele não está mais conosco.” Trump decretou luto oficial de cinco dias em todo o país.
Horas depois, o presidente votou ás redes para culpar o discurso da “esquerda radical” pelo assassinato e disse que o crime foi a “consequência trágica de demonizar aqueles de quem se discorda”. “Charlie era o melhor da América, e o monstro que o atacou estava atacando todo o nosso país”, disse Trump em uma declaração em vídeo após o tiroteio.
Kirk foi um dos ativistas pró-Trump mais influentes na campanha de Trump e seu papel de mobilização continuou com Trump no poder. Sua organização, a Turning Point USA conquistou milhões de seguidores desde que o grupo foi fundado em 2012 e desempenhou um papel fundamental na mobilização de jovens eleitores para Trump.
O influenciador tinha 5,2 milhões de seguidores no X e apresentava um podcast e programa de rádio, “The Charlie Kirk Show”. Kirk já afirmou que o conceito de privilégio branco “é uma ideia racista” e que anticoncepcionais transformam as mulheres em pessoas raivosas e amargas, “como quer o Partido Democrata”. Em 2023, disse que “vale a pena pagar o preço, infelizmente, de algumas mortes por tiroteio todos os anos para que possamos ter a segunda emenda [que garante o direito ao armamento nos EUA]”.
Vigília depois do assassinato de Charlie Kirk (Foto: AFP)
Democratas lamentam assassinato de Kirk
O assassinato de Kirk provocou manifestação de repúdio de políticos democratas. A ex-vice-presidente Kamala Harris, derrotada por Trump no ano passado, disse nas redes sociais: “Condeno este ato, e todos precisamos trabalhar juntos para que isso não leve a mais violência.” O governador da Califórnia, Gavin Newsom, nome forte do Partido Democrata e visto como possível presidenciável, descreveu o atentado como “perturbador, vil e repreensível”.
No Brasil, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro lamentou a morte. “Esse é o modus operandi daqueles que pregam o amor e a pacificação. Que Deus console sua jovem esposa, filhos, familiares, liderados e amigos. A justiça do Senhor, essa sim prevalecerá! Obrigada, Charlie Kirk!”, escreveu no Instagram ao lado de uma foto na qual o influenciador e o ex-presidente Jair Bolsonaro aparecem juntos.
Em março, Charlie Kirk pediu ao presidente Donald Trump, que impusesse “tarifas e, se necessário, sanções ao Brasil” pouco depois de o tribunal aceitar denúncia contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Influente na Casa Branca, Kirk usava os mesmos argumentos que reapareceriam na carta de Trump ao Brasil em 9 de julho, quando o republicano anunciou o tarifaço de 50% sobre o Brasil.