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Inflação dos alimentos segue em queda e acumula quarta retração mensal

por Adriana Cardoso
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A inflação dos alimentos voltou a recuar em setembro, registrando queda média de 0,52%, de acordo com dados divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) na quinta-feira (2).

Este é o quarto mês consecutivo de retração nos preços, resultado que contribui para manter a inflação acumulada no setor em apenas 2% no ano — bem abaixo da inflação geral, que soma 3,25% no mesmo período.

O movimento de desaceleração é reflexo de fatores internos e externos. No cenário doméstico, o clima mais favorável em 2025 garantiu uma safra recorde, aliviando pressões sobre a oferta. No plano internacional, embora a demanda por produtos brasileiros permaneça elevada, os preços globais mais estáveis atuaram como um freio para a inflação local.

Inflação: Arroz, óleo e carnes lideram queda de preços no varejo

Produtos de grande peso na cesta do consumidor, como o arroz, tiveram forte impacto na desaceleração. Segundo a Fipe, o preço do arroz caiu 20% em São Paulo, impulsionado por uma boa safra e menor apelo às exportações, devido à estabilidade dos preços no mercado externo.

Outro item essencial, o óleo de soja, acumula queda de 7% no varejo até setembro, reflexo da safra recorde de 171 milhões de toneladas e da queda nos preços internacionais.

Apesar do alto volume de exportações, o valor médio da tonelada se mantém estável em US$ 423, o que favorece a oferta interna. A produção nacional de óleo deve atingir 12 milhões de toneladas neste ano, segundo estimativas da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Nos óleos comestíveis, o de oliva também apresentou retração expressiva: queda acumulada de 21% no varejo, após superação de um período de escassez na Europa.

As carnes contribuíram para segurar a inflação. A carne suína está 5,6% mais barata no ano, enquanto a bovina recuou 1,6%. Apenas o frango registrou alta, de 1,4%, influenciado por maiores exportações mesmo com o cenário de gripe aviária. Os embarques totais seguem fortes e devem bater recordes: 295 mil toneladas de carne bovina, 441 mil de frango e 127 mil de suína em setembro, ainda com dados preliminares.

Frutas, legumes e leite

A maior oferta de leite, impulsionada por pastagens mais favoráveis e investimentos dos produtores, derrubou os preços em 12% no campo e 3,4% no varejo. Já o café, embora tenha tido recuo nos preços pagos aos produtores — 8% para o arábica e 13% para o robusta em setembro — ainda acumula alta de 40% no varejo em 2025.

Produtos in natura, como frutas e hortaliças, também tiveram papel relevante na redução da inflação de alimentos. A média de retração no ano é de 2,4%, com destaque para a batata, que caiu 34%, e a cebola, com recuo de 25%.

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