Casa EconomiaÍndices futuros recuam com primeiro ‘shutdown’ nos EUA após sete anos

Índices futuros recuam com primeiro ‘shutdown’ nos EUA após sete anos

por Adriana Cardoso
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Os índices futuros de Nova York operam em queda nesta quarta-feira (1º) após o início da primeira paralisação do governo dos EUA em quase sete anos. O shutdown teve início à meia-noite, após o fracasso nas negociações entre o presidente Donald Trump e os democratas sobre o orçamento — com foco nos gastos com saúde.

A maior preocupação dos investidores agora é a duração da paralisação. Um shutdown prolongado pode comprometer a divulgação de dados-chave, como o relatório oficial de empregos de setembro (payroll), previsto para esta sexta-feira (3), mas já cancelado pelo Departamento do Trabalho. Sem esse indicador, ganha relevância a pesquisa da ADP, que mede a criação de vagas no setor privado e foi divulgada nesta manhã.

Além da agenda econômica esvaziada, há risco de paralisações em serviços públicos, suspensão de benefícios federais e impacto nos pequenos negócios. O mercado monitora ainda a agenda de indicadores prevista para hoje, que inclui dados de emprego, atividade industrial e estoques de petróleo.

No Brasil, destaque para o PMI da indústria e o fluxo cambial semanal. Em Brasília, a Câmara vota o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Já na China, a “semana dourada” mantém os mercados locais fechados.

Brasil

O Ibovespa encerrou a terça-feira (30) em leve queda de 0,07%, aos 146.237 pontos, mas renovou sua máxima histórica ao tocar os 147.578 pontos durante o pregão. Em setembro, o índice acumulou alta de 3,4%, somando sete meses positivos em 2025 — exceção feita a fevereiro e julho.

O dólar comercial subiu 0,02%, a R$ 5,32, em dia de formação da Ptax (média da taxa de câmbio calculada pelo Banco Central). Os juros futuros fecharam com queda ao longo de toda a curva.

No Brasil, a taxa de desemprego se manteve em 5,6% em agosto, no menor nível histórico, mas com desaceleração na criação de vagas formais. A dívida pública bruta ficou em 77,5% do PIB, abaixo do esperado, enquanto o setor público registrou déficit de R$ 17,25 bilhões — resultado melhor que o previsto.

Europa

Os mercados europeus operam de forma mista nesta quarta-feira, com destaque para o avanço das ações de saúde, impulsionadas por um acordo entre a Pfizer e o governo dos EUA para redução de preços de medicamentos no Medicaid. Investidores seguem atentos à paralisação do governo norte-americano. Em paralelo, líderes europeus se reúnem em Copenhague, na Dinamarca, para discutir segurança regional após recentes violações de espaço aéreo em países do leste europeu.

STOXX 600: +0,17%


DAX (Alemanha): -0,30%


FTSE 100 (Reino Unido): +0,53%


CAC 40 (França): -0,26%


FTSE MIB (Itália): -0,61%

Estados Unidos

Enquanto monitoram as consequências da paralisação do governo estadunidense, os agentes aguardam a divulgação do PMI industrial final de setembro. Às 11h, saem os dados de gastos com construção de agosto, com expectativa de leve queda de 0,1%, e o ISM de manufatura de setembro, projetado em 49,0 pontos.

Dow Jones Futuro: -0,66%


S&P 500 Futuro: -0,78%


Nasdaq Futuro: -0,92%

Ásia

A Semana Dourada deixa fechados os mercados da China e de Hong Kong. As demais bolsas fecharam mistas, com os agentes acompanhando por lá a paralisação do governo dos EUA.

Shanghai SE (China), fechado por feriado


Nikkei (Japão): -0,85%


Hang Seng Index (Hong Kong): fechado por feriado


Nifty 50 (Índia): +0,63%


ASX 200 (Austrália): -0,04%

Petróleo

Os preços do petróleo sobem após dois dias consecutivos de perdas, com os investidores avaliando os potenciais planos da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) para um aumento na produção no próximo mês, em relação à perspectiva de redução dos estoques nos EUA.

Petróleo WTI, +0,50%, a US$ 62,68 o barril


Petróleo Brent, +0,56%, a US$ 66,40 o barril

Agenda

Nos EUA, saem os dados do emprego privado de setembro, gastos com construção de agosto, além do PMI e ISM da indústria de setembro.

Por aqui, no Brasil, o presidente Lula quer que um encontro com Donald Trump seja apenas na Casa Branca, por caráter institucional e importância do diálogo entre os países, segundo a CNN. Fontes próximas afirmam à emissora que Lula não concorda com a reunião em Mar-a-Lago, resort do presidente americano na Flórida. Ele também rejeita aproveitar agendas de viagens internacionais para o encontro, embora aliados ainda mencionem a possibilidade.

*Com informações do InfoMoney e Bloomberg

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