Índice
Os índices futuros dos Estados Unidos operam em alta nesta quinta-feira (16), impulsionados pelos fortes lucros corporativos em Wall Street. O apetite por risco supera, ao menos por ora, as crescentes tensões comerciais entre EUA e China.
Nos mercados de renda fixa, os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano recuam após o Livro Bege do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) confirmar sinais de desaceleração econômica e reforçar as apostas de cortes nas taxas de juros nos próximos meses.
Nos EUA, discursos de dirigentes do Fed, como Thomas Barkin, Michelle Bowman, Michael Barr, Christopher Waller e Neel Kashkari, devem dar o tom das expectativas para a política monetária e inflação. Também são esperados os dados de estoques de petróleo, importantes para avaliar a demanda global diante da recente alta da commodity.
No setor corporativo, a TSMC revisou para cima sua previsão de receita e investimentos, sinalizando o fortalecimento da indústria de semicondutores, puxada pelos investimentos em inteligência artificial — que devem superar US$ 1 trilhão nos próximos anos.
No campo geopolítico, crescem as tensões entre EUA e Venezuela. Bombardeiros B-52 da Força Aérea americana sobrevoaram o Caribe próximos a Caracas, em uma ação interpretada como sinal de pressão sobre o regime de Nicolás Maduro. Segundo o New York Times, a CIA recebeu autorização para atuar secretamente no país. O governo Trump afirma combater o narcotráfico ligado a cartéis venezuelanos e mexicanos, enquanto Maduro denuncia uma tentativa de golpe.
No Brasil, o foco recai sobre o IBC-Br de agosto, divulgado nesta manhã, considerado uma espécie de “termômetro” do PIB (Produto Interno Bruto). O resultado é crucial para medir o ritmo da atividade econômica no terceiro trimestre.
Investidores também acompanham negociações tarifárias entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em meio à tentativa de alinhamento comercial. Eles se encontram hoje em Washington.
Brasil
O Ibovespa fechou a quarta-feira (15) com alta de 0,65%, aos 142.603 pontos, puxado por Vale (1,86%) e bancos, em um dia de alívio para o dólar comercial, que caiu 0,13%, a R$ 5,462. O real se beneficiou da expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve, o banco central estadunidense, em outubro, apesar da instabilidade nos juros futuros.
No Brasil, o clima político teve atrito público entre Lula e o presidente da Câmara, Hugo Motta, durante um evento no Rio. Lula criticou duramente o Congresso por deixar caducar a MP (medida provisória) do ajuste fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta recuperar o texto no Senado.
Europa
Os mercados europeus operam de forma mista nesta quinta-feira, à espera do voto de confiança no premiê francês Sébastien Lecornu. A Nestlé sobe mais de 8% após anunciar recuperação nas vendas e corte de 16 mil vagas. Investidores também acompanham resultados de grandes empresas e dados do PIB do Reino Unido.
STOXX 600: +0,13%
DAX (Alemanha): -0,18%
FTSE 100 (Reino Unido): -0,16%
CAC 40 (França): -0,02%
FTSE MIB (Itália): +0,02%
Estados Unidos
Investidores acompanham com cautela a paralisação do governo dos EUA, que já dura três semanas e aumenta a incerteza econômica. Enquanto isso, a TSMC revisa para cima suas projeções, impulsionada pela alta demanda por semicondutores ligada ao avanço da inteligência artificial. O setor de chips segue como um dos principais beneficiados do boom em IA.
Dow Jones Futuro: +0,17%
S&P 500 Futuro: +0,21%
Nasdaq Futuro: +0,36%
Ásia
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam em alta, com destaque para o Kospi, da Coreia do Sul, que atingiu um recorde após o FMI elevar a projeção de crescimento do país para 2025. O índice também foi impulsionado por sinais de avanço nas negociações comerciais entre Coreia do Sul e EUA.
Shanghai SE (China), +0,10%
Nikkei (Japão): +1,27%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,09%
Nifty 50 (Índia): +0,90%
ASX 200 (Austrália): +0,86%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem mais de 1%, depois que Trump disse que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu que seu país pararia de comprar petróleo da Rússia, que fornece cerca de um terço de suas importações.
Petróleo WTI, +0,84%, a US$ 58,76 o barril
Petróleo Brent, +0,76%, a US$ 62,38 o barril
Agenda
Com o governo dos Estados Unidos parado há três semanas, o que afeta a divulgação de dados macroeconômicos, o foco dos agentes são discursos de membros do Federal Reserve e balanços corporativos.
Por aqui, no Brasil, economistas consultados pelo Ministério da Fazenda reduziram as projeções de déficit primário e dívida bruta para este e o próximo ano, segundo o relatório Prisma divulgado na quarta-feira (15). A estimativa para o déficit de 2025 caiu para R$ 67,6 bilhões, ante R$ 70 bilhões em setembro. Já a dívida bruta deve encerrar 2025 em 79,6% do PIB, com expectativa de queda gradual até 2026.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg