Casa EconomiaImpactos do tarifaço dos EUA: Exportações da China caem em outubro

Impactos do tarifaço dos EUA: Exportações da China caem em outubro

por Adriana Cardoso
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As exportações da China registraram uma retração inesperada em outubro, interrompendo oito meses consecutivos de crescimento e sinalizando que a economia do país enfrenta novos desafios. Segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (7), os embarques recuaram 1,1% em relação ao ano anterior, enquanto analistas esperavam expansão de 2,9%.

A queda foi fortemente influenciada pelo desempenho nos Estados Unidos, onde os embarques chineses despencaram mais de 25%. Para outros destinos, as exportações avançaram 3,1%, insuficiente para compensar a perda no principal parceiro comercial.

Especialistas destacam que o resultado evidencia o enfraquecimento da resiliência externa da China. “Se a força das exportações não puder ser sustentada, o crescimento poderá enfrentar um ‘triplo golpe’ devido à contração do setor imobiliário, ao consumo privado enfraquecido e às exportações em queda”, alertam economistas do Barclays.

A tensão comercial com os EUA, que incluiu tarifas bilaterais de até 145%, foi parcialmente amenizada após acordo entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping em outubro. Com a redução prevista de 10% nas tarifas americanas sobre produtos chineses e a retirada parcial de taxas retaliatórias pela China, há expectativa de recuperação parcial do comércio até o fim do ano.

Contudo, especialistas alertam que o efeito pode ser limitado, já que tarifas ainda permanecem altas em comparação a outros países.

Contudo, exportações acumuladas da China seguem elevadas

Apesar da queda, o desempenho acumulado das exportações segue elevado, com o total superando US$ 3 trilhões nos primeiros dez meses de 2025 — um recorde histórico. O superávit comercial também alcançou níveis inéditos, somando US$ 965 bilhões até o momento, impulsionado pelo fraco crescimento das importações.

A valorização do yuan frente ao dólar, aliada à deflação interna e às restrições de importação em alguns mercados, contribuiu para a perda de competitividade dos produtos chineses.

Ainda assim, analistas apontam que a China deve continuar expandindo sua presença internacional, apoiada por fatores estruturais favoráveis e ajustes estratégicos nos embarques.

Dados recentes também indicam que o superávit em conta corrente atingiu US$ 196 bilhões no terceiro trimestre, reforçando o papel do comércio externo na sustentação da economia chinesa em meio a um cenário de consumo interno fraco e investimentos contidos.

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