Casa EconomiaIbovespa ultrapassa 150 mil pontos e inicia novembro em alta histórica

Ibovespa ultrapassa 150 mil pontos e inicia novembro em alta histórica

por Fernanda Fiot
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O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o pregão desta segunda-feira (3) com alta de 0,42%, alcançando pela primeira vez o patamar de 150 mil pontos — um marco inédito na história do mercado financeiro nacional. O movimento positivo marca o início de novembro em ritmo de valorização, após o índice acumular alta de 1,75% em outubro.

Segundo analistas, o principal fator por trás da sequência de recordes do Ibovespa é a aposta do mercado sobre o início da redução da taxa básica de juros (Selic). As projeções mais fortes indicam que o primeiro corte pode ocorrer nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) entre janeiro e março de 2026.

O mercado também acompanha de perto a reunião do Copom que começa nesta terça-feira (4), em busca de indícios sobre a trajetória futura dos juros.

O Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, trouxe leve melhora nas projeções de inflação para 2025. A estimativa dos economistas passou de 4,56% para 4,55%, ainda acima do teto da meta oficial, que é de 4,5% (com centro em 3% e margem de tolerância de 1,5 ponto percentual).

A expectativa de uma inflação mais controlada reforça a visão de que há espaço para flexibilização da política monetária no início do próximo ano, o que tende a estimular ainda mais o mercado de ações.

Bancos puxam a alta no Ibovespa

Os grandes bancos tiveram papel importante na valorização do Ibovespa. As ações do Itaú (ITUB4) subiram 1,34%, enquanto os papéis do Bradesco registraram alta de 1,10% (BBDC3) e 1,16% (BBDC4). Já o Santander (SANB11) avançou 1%, e o Banco do Brasil (BBAS3) teve ganho de 0,46%.

O desempenho positivo do setor financeiro reforçou o movimento de alta do índice, refletindo maior apetite dos investidores por ativos de risco.

No exterior, o sentimento de otimismo também ajudou a impulsionar os negócios. A redução de 0,25 ponto percentual nos juros dos Estados Unidos e a trégua comercial de um ano entre EUA e China criaram um ambiente mais estável para os mercados globais — o que beneficiou diretamente as bolsas emergentes, incluindo a brasileira.

Dólar recua e fecha em baixa acompanhando movimento de moedas emergentes

Em um dia de noticiário econômico esvaziado, o dólar encerrou a segunda-feira (3) em queda, acompanhando o desempenho de outras moedas de países emergentes, como o peso mexicano e o peso chileno, que também se valorizaram frente à divisa norte-americana.

No início do pregão, o dólar chegou a registrar alta leve, alcançando a cotação máxima de R$ 5,3835 (+0,07%) por volta das 9h07, logo após a abertura. No entanto, ao longo da manhã, a moeda perdeu força e atingiu a mínima de R$ 5,3456 (-0,63%) ao meio-dia.

Durante a tarde, o real brasileiro, o peso mexicano e o peso chileno se destacaram entre as moedas que mais ganharam valor em relação ao dólar, impulsionadas por um cenário global de menor aversão ao risco e expectativas positivas sobre políticas monetárias nas economias emergentes.

Fechamento e desempenho no ano

O dólar à vista terminou o dia com queda de 0,40%, cotado a R$ 5,3579. No acumulado de 2025, a moeda norte-americana já registra desvalorização de 13,29% frente ao real.

Na B3, o contrato futuro de dólar para dezembro, que é o mais negociado no mercado brasileiro, também apresentou leve recuo de 0,42%, sendo negociado a R$ 5,3915 por volta das 17h02. A sessão, porém, teve baixa liquidez, com cerca de 167 mil contratos negociados, volume inferior à média habitual.

O movimento reflete a cautela dos investidores antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre nesta semana, e o comportamento global do dólar, que vem perdendo força diante da expectativa de manutenção dos juros nos Estados Unidos e de um ambiente internacional mais estável.

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