O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o pregão desta terça-feira (4), com leve alta de 0,17%, aos 150.704,20 pontos, um ganho de 249,96 pontos. Assim, o indicador manteve-se acima dos 150 mil pontos, em mais um dia de recorde para a Bolsa brasileira. Foi a décima alta consecutiva e o sétimo recorde seguido, em dia de escalada da aversão global ao risco.
Já o dólar voltou a subir diante do real, após duas baixas seguidas. A moeda norte-americana subiu hoje 0,77%, a R$ 5,398. O movimento vai na mesma direção da divisa norte-americana no resto do planeta, que na comparação com as principais moedas do mundo fez o índice DXY ficar com mais 0,34%, aos 100,21 pontos.
Os negócios no Brasil se descolaram do exterior, que fecharam majoritariamente em baixa. Por aqui, com a agenda de indicadores macroeconômicos esvaziada, os agentes se preparam para a divulgação, nesta quarta-feira (5), da decisão do Copom (Comitê de Política Econômica) do Banco Central sobre a taxa de juros. A expectativa é de manutenção dos juros no patamar de 15% ao ano.
Sobre a política monetária, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que, se fosse o presidente do BC, um corte na Selic já aconteceria amanhã. Para justificar a fala, ele citou uma melhora nas expectativas dos mercado e nos dados correntes de inflação.
Também está prevista para esta quarta-feira a votação do projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil mensais e aumenta a taxação de altas rendas (PL 1.087/2025). Nesta terça, o relator da proposta, senador Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou seu relatório à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Foi concedida vista coletiva à matéria, que deve ser votada nesta quarta às 10h, pela comissão, e à tarde pelo Plenário.
Em segundo plano hoje, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a produção industrial variou -0,4% em setembro, na comparação com agosto, eliminando parte do avanço de 0,7% registrado em agosto. Com esse resultado, a produção industrial se encontra 2,3% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda está 14,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Na comparação com setembro de 2024, a produção industrial cresceu 2,0%.
Entre as ações, os bancos terminaram a sessão em alta, exceto o Itaú Unibanco (ITUB4), com a expectativa do resultado do terceiro trimestre. Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4;PETR3), por sua vez, caíram na esteira do desempenho das commodities. Mas a ponta negativa foi liderada por Embraer (EMBJ3), também em reação aos números do terceiro trimestre.
Mercado externo
No exterior, o dia foi de aversão a riscos. Com isso, todos os indicadores de Nova York fecharam em baixa. Há preocupações em torno de uma possível bolha das ações de tecnologia e incertezas sobre corte de juros nos EUA.
Além disso, nesta terça os Estados Unidos completaram o 35º dia de paralisação (shutdown), que deve se tornar a mais longa da história do país.
Com isso, o Dow Jones caiu 0,57%; o S&P 500, -1,07%; e o Nasdaq, -1,69%.