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O Ibovespa encerrou a terça-feira (16) com alta de 0,36%, aos 144.061,74 pontos — novo recorde histórico de fechamento e primeira vez acima dos 144 mil. A máxima intradiária também foi inédita, atingindo 144.584,10 pontos. O avanço, ainda que discreto, mostra resiliência do mercado brasileiro em um cenário global de cautela.
A valorização do real frente ao dólar, com a moeda americana caindo 0,43% e fechando a R$ 5,298, refletiu esse otimismo local. Os juros futuros (DIs) também recuaram, em toda a curva, antecipando um ambiente mais favorável à redução da taxa básica de juros, a Selic, mesmo com a expectativa de manutenção dos juros na decisão que será anunciada nesta quarta-feira (17) pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil.
No exterior, a expectativa em torno da decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense). Em Nova York, os principais índices recuaram levemente. Dados econômicos mais fortes do que o esperado nos EUA — como o crescimento da produção industrial e a resistência do varejo — reforçaram a tese de que o Fed pode optar por cortes graduais, mantendo o controle sobre os riscos inflacionários.
Por aqui, o mercado também reagiu ao novo dado de desemprego, que renovou o menor patamar histórico, reforçando a leitura de um mercado de trabalho robusto. A renda real ainda sustenta o consumo, mas o PIB (Produto Interno Bruto) caminha para uma desaceleração, alinhada à estratégia de aperto monetário do Banco Central.
No campo político-comercial, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o Brasil não pretende adotar medidas retaliatórias ao aumento de tarifas dos EUA, priorizando a diversificação de mercados — uma necessidade urgente para estados como Amazonas e Amapá, que dependem fortemente das exportações para os norte-americanos.
Na bolsa, Vale (VALE3) subiu 0,35%, com o minério de ferro estável na China, enquanto Petrobras (PETR4) avançou 0,25%, apoiada na alta do petróleo. Às vésperas da “Superquarta”, o mercado local deu um passo adiante, contrariando o clima de espera que dominou o resto do mundo.
Mercado externo
Os indicadores de Wall Street fecharam no campo negativo, adotando tom de cautela na véspera da decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros.
O Dow Jones caiu 0,27%, aos 45.758,27 pontos; o S&P 500, -0,13%, aos 6.606,79 pontos; e o Nasdaq, -0,07%, aos 22.333,96 pontos.