O Ibovespa, principal índice da Bolsa Brasileira (B3), encerrou o pregão desta quinta-feira (6) com leve alta de 0,16%, aos 153.543,46 pontos, um ganho de apenas 249,02 pontos. Na véspera, o índice havia ultrapassado os 153 mil pontos, em mais um recorde histórico.
Foi a 12ª alta consecutiva do Ibovespa — a mais longa desde 1997 — e o nono recorde seguido, sustentado por balanços corporativos positivos, na contramão da retomada da aversão ao risco no cenário externo.
Ao longo do dia, o Ibovespa chegou a 154.352 pontos, mas perdeu força à medida que houve piora nas bolsas de Nova York. Analistas apontam que, no cenário internacional, há um movimento de correção nas ações de tecnologia.
Já o dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações cotado a R$ 5,3489, com queda de 0,23%.
Em um dia de agenda econômica esvaziada no Brasil, o mercado financeiro repercutiu a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que manteve a taxa Selic em 15% ao ano, pela terceira vez consecutiva. Com isso, levantamento da MoneYou mostra que o juro real brasileiro — taxa nominal descontada da inflação projetada para os próximos 12 meses — ficou em 9,74%. A Turquia manteve a liderança do ranking, com 17,80%, enquanto a Rússia aparece em terceiro lugar, com 9,10%. Considerando a taxa nominal (sem descontar a inflação), o Brasil ocupa a quarta posição.
Em segundo plano, o Brasil fechou outubro com déficit nas transações comerciais com os Estados Unidos pelo décimo mês consecutivo, segundo dados divulgados hoje pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). O resultado mostra que o país importou mais produtos norte-americanos do que exportou, o que representa um cenário desfavorável para a economia brasileira, em meio às negociações sobre o tarifaço imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros.
Na esfera corporativa, os bancos operaram em tom misto. Já as ações da Petrobras (PETR4; PETR3) subiram mais de 1%, ajudando a impulsionar o Ibovespa, em meio à expectativa pelos números do terceiro trimestre da petroleira, que serão divulgados ainda hoje.
Mercado externo
As bolsas de Nova York encerraram a sessão em queda, repercutindo o prolongamento da paralisação (shutdown) de parte das atividades públicas e a retomada da cautela sobre o setor de inteligência artificial. A mais longa paralisação do governo dos EUA na história tem deixado investidores e o Federal Reserve, o banco central estadunidense, às cegas antes da próxima decisão sobre a taxa de juros e dependentes de indicadores mistos do setor privado.
Com isso, o Dow Jones fechou o dia em queda de 0,84%, aos 46.913,22 pontos; o S&P 500, -1,12%, aos 6.720,36 pontos; e o Nasdaq, -1,90%, aos 23.053,99 pontos.
