O Ibovespa fechou esta terça-feira (23) com alta de 0,91%, aos 146.424,94 pontos — maior nível de encerramento da história e a primeira vez que o índice supera os 146 mil pontos. Durante o pregão, chegou à máxima de 147.178,47, também um recorde intradiário.
O movimento do mercado financeiro brasileiro foi impulsionado por uma série de fatores. Vamos a eles:
- Em entrevista exclusiva ao ICL Notícias 1ª edição, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a redução da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano. Ele sinalizou confiança na atuação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ao afirmar que “vai entregar um resultado consistente para o Brasil”.
- No campo corporativo, as ações da Petrobras (+1,69%) e dos grandes bancos — com destaque para Banco do Brasil (+2,88%) — lideraram os ganhos. A exceção foi a novata MBRF3, que estreou em queda de 6,72%.
- A cereja do bolo do dia, contudo, foi uma sinalização improvável: um encontro informal entre os presidentes Lula e Donald Trump durante a Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Em um belo e contundente discurso na abertura da assembleia, Lula atacou o protecionismo norte-americano, sem mencionar nomes, e reafirmou o compromisso com a democracia. Trump respondeu com elogios e sugeriu nova conversa “na próxima semana”.
A combinação de fatores fez o dólar comercial cair 1,10%, a R$ 5,279, e provocou forte recuo nos juros futuros.
No exterior, o mercado americano recuou após discurso cauteloso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, o banco central estadunidense, sobre os desafios em equilibrar inflação e mercado de trabalho. Europa seguiu em alta.
Mercado externo
Em Nova York, os investidores realizaram lucros após três dias de alta, pressionados por dúvidas sobre a valorização da inteligência artificial e cautela com os juros. Jerome Powell alertou para ativos “bastante valorizados” e um cenário desafiador para cortes de taxas. Apesar disso, as perdas nos mercados foram limitadas.
O Dow Jones recuou 0,19%, aos 46.292,78 pontos; o S&P 500, -0,55%, aos 6.656,92 pontos; e o Nasdaq, -0,95%, aos 22.573,47 pontos.