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O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou, nesta quinta-feira (9), dados preliminares do Censo 2022, que mostra desigualdade de renda entre mulheres, pessoas negras e indígenas. No caso das mulheres, o levantamento mostra que, mesmo mais escolarizadas, elas ganham quase 20% menos do que homens no Brasil e possuem um menor nível de ocupação.
Em relação aos trabalhadores pretos, pardos e indígenas, eles recebem, em média, rendimentos mensais menores do que a média nacional.
No caso das mulheres, segundo o IBGE, o rendimento médio nominal mensal de todos os trabalhos é de R$ 2.506 — valor 19,6% menor em relação ao observado para homens (R$ 3.115).
O recorte dos pretos, pardos e indígenas mostra que, enquanto o rendimento nominal mensal médio do Brasil ficou em R$ 2.851, o desses trabalhadores alcançou R$ 2.186 para pardos, R$ 2.061 para pretos e R$ 1.683 para indígenas.
Veja mais dados preliminares do Censo 2022 do IBGE
Diferença salarial entre homens e mulheres
Apesar de apresentarem maior escolaridade, as mulheres continuam ganhando menos que os homens no Brasil:
- Rendimento médio mensal feminino: R$ 2.506
- Rendimento médio mensal masculino: R$ 3.115
- Diferença: 19,6%
A disparidade aumenta entre os trabalhadores com ensino superior completo:
- Homens com superior completo: R$ 7.347
- Mulheres com superior completo: R$ 4.591
- Diferença: 37,5%
Escolaridade: mulheres são mais qualificadas
Mesmo com rendimentos menores, as mulheres apresentam níveis de escolaridade mais elevados:
Com ensino superior completo:
- Mulheres: 28,9%
- Homens: 17,3%
Sem ensino médio completo:
- Homens: 43,8%
- Mulheres: 29,7%
Desigualdade racial: pretos, pardos e indígenas têm rendimentos menores
Os dados do Censo também mostram uma profunda desigualdade racial nos rendimentos do trabalho:
- Média nacional: R$ 2.851
- Pardos: R$ 2.186
- Pretos: R$ 2.061
- Indígenas: R$ 1.683
Além disso, mesmo entre pessoas com ensino superior completo, pretos, pardos e indígenas seguem ganhando menos que a média. A desigualdade é ainda mais acentuada quando se observa a proporção de pessoas que recebem até 1/4 do salário mínimo:
- Indígenas: 41%
- Pardos: 17%
- Pretos: 14,9%
Nível de ocupação em queda
O nível de ocupação da população com 14 anos ou mais caiu em relação a 2010:
- 2022: 53,5%
- 2010: 55,5%
Maiores taxas de ocupação por região:
- Sul: 60,3%
- Centro-Oeste: 59,7%
- Sudeste: 56%
Menores taxas:
- Nordeste: 45,6%
- Norte: 48,4%
Unidades da Federação com maior ocupação:
- Santa Catarina: 63,5%
- Distrito Federal: 60,4%
- Mato Grosso e Paraná: 60,3%
Menores índices:
- Piauí: 43%
- Paraíba: 43,5%
- Maranhão: 43,6%
Índice de Gini: desigualdade na distribuição de renda
O Índice de Gini — indicador internacional usado para medir desigualdade de renda — ficou em 0,542 em 2022, reforçando a concentração de renda no país.
Por regiões:
- Norte: 0,545 (maior desigualdade)
- Nordeste: 0,541
- Centro-Oeste: 0,531
- Sudeste: 0,530
- Sul: 0,476 (menor desigualdade)
O índice varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 0, maior a igualdade; quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade.
Sobre a pesquisa
As informações foram coletadas pelo questionário da Amostra do Censo 2022, aplicado em cerca de 10% dos domicílios do país, com 7,8 milhões de entrevistas. Os resultados estão disponíveis no portal do IBGE, nas tabelas e cartogramas do SIDRA e nos mapas interativos do Panorama do Censo.
Foram calculados indicadores de desigualdade e distribuição do rendimento, como o índice de Gini, a distribuição da massa de rendimento, e a participação do rendimento do trabalho no rendimento domiciliar total.