Casa EconomiaIBC-Br, ‘termômetro’ do PIB, volta a acelerar em agosto, com alta de 0,4%

IBC-Br, ‘termômetro’ do PIB, volta a acelerar em agosto, com alta de 0,4%

por Adriana Cardoso
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Após três meses de queda, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que é considerado uma espécie de termômetro do PIB (Produto Interno Bruto), voltou a subir em agosto, com alta de 0,4%,  na comparação com julho, após ajuste sazonal. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (16) pelo BC.

A última alta mensal do índice tinha sido em abril (+0,4%). Os meses seguintes foram de quedas de, respectivamente, 1,2% (maio), 0,2% (junho) e 0,5% (julho).

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 0,1%, enquanto no acumulado em 12 meses registrou um ganho de 3,2%, de acordo com números não dessazonalizados.

No trimestre, o IBC-Br mostra avanço de 0,9% e, no acumulado do ano, de 2,6%.

A alta do indicador do Banco Central foi um pouco abaixo das projeções do mercado, que previa alta de 0,6% em agosto.

Conforme os dados do Banco Central, o IBC-Br foi puxado principalmente pela agropecuária, que mostrou avanço de 3,9% em agosto, enquanto o indicador da indústria ficou negativo em 0,8% e o de serviços, em +0,6%.

IBC-Br avança apesar da Selic alta

Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está em 15% ao ano — o maior patamar desde 2006. A taxa básica de juros tem sido mantida nesse nível para conter a inflação, mesmo que isso implique em menor dinamismo da atividade econômica.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, já indicou que os juros devem ser mantidos em patamar elevado por “longo período”, devido à inflação resistente.

Nas últimas comunicações oficiais, o BC também reiterou que o atual patamar dos juros deve ser mantido por um “período prolongado”, o que inibe o consumo e os investimentos. Analistas de mercado projetam que os cortes na Selic só devem ocorrer em 2026.

Essa estratégia visa garantir a convergência da inflação à meta de 3%. No entanto, ela também contribui para a desaceleração do PIB.

Conforme o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na última segunda-feira (13), a mediana dos analistas consultados para a publicação manteve inalterada a projeção de crescimento da economia brasileira em 2,16%.

Diferença do PIB

Embora seja considerado uma espécie de “termômetro do PIB”, o IBC-Br tem diferenças metodológicas importantes em relação ao cálculo do PIB, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O índice do BC considera apenas o lado da produção — agropecuária, indústria, serviços e impostos — e não incorpora a ótica da demanda, como faz o PIB do IBGE.

Ainda assim, o IBC-Br é uma ferramenta relevante para orientar a política monetária, ajudando o Banco Central a calibrar a taxa de juros com base no ritmo da atividade econômica. Uma economia aquecida tende a elevar pressões inflacionárias, exigindo cautela na condução dos juros.

No segundo trimestre deste ano, o PIB do país variou 0,4%, em relação ao trimestre anterior, e totalizou R$ 3,2 trilhões em valores correntes.

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