A detenção da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) pela Marinha de Israel gerou forte reação política em Brasília nesta quarta-feira (1º). A parlamentar participava de uma flotilha internacional com destino à Faixa de Gaza, organizada para levar mantimentos e apoio humanitário à região, quando o barco foi interceptado. Além dela, outros brasileiros estavam a bordo.
Assim que recebeu a notícia, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou ter acionado o Ministério das Relações Exteriores em busca de providências imediatas. Ele afirmou que manterá contato direto tanto com o Itamaraty quanto com autoridades israelenses para garantir a liberdade da deputada e a proteção dos demais cidadãos brasileiros envolvidos.
O caso trouxe ainda mais atenção ao esforço internacional da flotilha, que reuniu ativistas de 40 países. Ao todo, 15 brasileiros participavam da ação, incluindo Luizianne e o ativista Thiago Ávila, já conhecido por integrar iniciativas semelhantes no passado. Parte dos barcos foi barrada pelas forças navais israelenses.
Em discurso no plenário, Motta destacou a necessidade de respeito às prerrogativas parlamentares e aos direitos humanos. “Confesso que a notícia me pegou de surpresa, Imediatamente liguei para o chanceler Mauro Vieira solicitando todo o apoio do Itamaraty e contato com as autoridades israelenses visando que a deputada Luizianne possa ter as suas prerrogativas enquanto parlamentar respeitadas, bem como os direitos dos demais brasileiros que também estão passando por esse momento”, afirmou.
O presidente da Câmara disse ainda que seguirá insistindo em tratativas nesta quinta-feira (2/10), buscando uma solução rápida. Ele revelou que Luizianne havia pedido licença parlamentar justamente para integrar a missão humanitária.
Deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), está em missão rumo a Gaza, levando mantimentos e ajuda humanitária para o local (Foto: Reprodução)
PT se posiciona e histórico de interceptações de Israel
O Partido dos Trabalhadores, por sua vez, encaminhou ofícios ao chanceler Mauro Vieira e ao assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, pedindo atuação “com a máxima urgência” para garantir a libertação da deputada e dos demais brasileiros.
A interceptação reacende tensões em torno do bloqueio à Faixa de Gaza e levanta debates sobre a atuação diplomática brasileira diante de cidadãos retidos em operações internacionais de ajuda humanitária.
Ativistas de cerca de 40 nacionalidades se organizaram em embarcações com destino à Faixa de Gaza, levando alimentos e suprimentos. Parte da frota acabou interceptada pela Marinha de Israel. Entre os participantes estavam 15 brasileiros, entre eles a deputada Luizianne Lins e o militante Thiago Ávila, que já havia sido detido em uma ação semelhante no passado.
