Casa EconomiaHaddad: Castro ‘fez praticamente nada’ sobre combustíveis que financiam crime organizado

Haddad: Castro ‘fez praticamente nada’ sobre combustíveis que financiam crime organizado

por Adriana Cardoso
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (29) que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), fez “praticamente nada” para combater o contrabando de combustíveis, considerado uma das principais fontes de financiamento do crime organizado no estado.

“O governo do estado do Rio tem feito praticamente nada em relação ao contrabando de combustível, que é como se irriga o crime organizado. Então, para você pegar o andar de cima do crime organizado, que é quem efetivamente tem o dinheiro na mão e municia as milícias, você tem que combater de onde está vindo o dinheiro”, afirmou Haddad, em conversa com jornalistas na entrada do ministério, em Brasília.

O governador do Rio liderou nesta terça (28) a mais mortífera operação contra facções criminosas da história do Estado.

O ministro da Fazenda ainda destacou que o contrabando de combustíveis é um problema crônico e que a colaboração estadual seria essencial para intensificar a repressão aos recursos das facções.

Haddad cita sucesso da Operação Carbono

A declaração do ministro surge em resposta a críticas de Cláudio Castro, que afirmou publicamente não receber apoio do governo federal para enfrentar a criminalidade no estado.

Segundo Haddad, a maneira mais eficaz de enfrentar as facções é atacar seus recursos financeiros. Ele citou a Operação Carbono Oculto, conduzida pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público de São Paulo, que resultou no bloqueio de R$ 1,2 bilhão em ativos e na apreensão de navios envolvidos em fraudes no setor de combustíveis.

O ministro destacou que a atuação federal busca atingir o “andar de cima” das organizações criminosas, afirmando que sem controle financeiro as facções têm menor capacidade de operação.

“Quando o dinheiro está irrigando o crime, é muito difícil controlar na ponta. Tem que asfixiar o crime pelo alto”, disse Haddad.

Haddad também defendeu a PEC da Segurança Pública, que propõe maior integração entre União, estados, Receita Federal e polícias, como estratégia para fortalecer o combate ao crime organizado.

Castro é citado em nova polêmica envolvendo refinaria interditada na Carbono Oculto

Vale lembrar que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, voltou a enfrentar questionamentos após ser apontado em uma possível tentativa de influenciar decisões sobre a reabertura da Refinaria de Manguinhos (Refit), interditada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) no âmbito da Operação Carbono Oculto.

Segundo informações de bastidores, Castro teria entrado em contato com integrantes do Judiciário para pedir a reversão da interdição da empresa, que pertence ao empresário Ricardo Magro — nome conhecido por investigações ligadas à sonegação fiscal e a irregularidades tributárias. O caso gerou preocupação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que acompanha de perto os desdobramentos.

A suposta pressão política teria ocorrido mesmo após o juiz Arthur Eduardo Magalhães Ferreira, no último dia 10 de outubro, negar o pedido de reabertura apresentado pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE-RJ). Em sua decisão, o magistrado manteve a interdição da Refit, argumentando que ainda existem riscos à legalidade e à segurança operacional da refinaria.

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