O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (9) que o governo federal não vai prejudicar o estado de São Paulo, mesmo diante da articulação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a derrubada da Medida Provisória (MP) do IOF.
Haddad classificou a atuação do governador paulista como um movimento que favoreceu interesses privados e setores financeiros, em detrimento do país: “Nós sabemos da movimentação de forças políticas no país em torno da proteção de privilégios, sobretudo do pessoal da Faria Lima”, afirmou.
Apesar da manobra, Haddad afirmou que o governo federal seguirá atendendo aos anseios do estado, citando o histórico de cooperação como o pagamento de indenização por dívidas herdadas do governo Bolsonaro e renegociação da dívida estadual. “São Paulo nunca teve um tratamento como teve por parte deste governo. A orientação do presidente Lula sempre foi de jamais discriminar um governador pela sua bandeira partidária”, disse.
Em vídeo publicado no início da tarde desta quinta-feira, em suas redes socias, Tarcísio negou ter atuado contra a medida e afirmou estar focado em “trabalhar por São Paulo”. O governador criticou o PT e Haddad, dizendo que o partido promove uma campanha de “desconstrução de imagem” e acusou o governo de querer “jogar uns contra os outros” para aprovar aumento de impostos para a “população”.
Bastidores mostram articulação
O episódio, segundo parlamentares governistas, teve como protagonista Tarcísio de Freitas, que teria articulado a pressão sobre líderes do Centrão e partidos aliados para a retirada da MP do IOF da pauta da Câmara. A medida previa aumento da tributação sobre bancos, fundos de investimento e apostas online, considerada essencial pelo governo para reforçar a arrecadação e equilibrar as contas públicas.