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Fungo comum em fezes de aves e morcegos causou contaminações em hospital no ES

por Gabriel Anjos
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(Folhapress) – A Secretaria de Saúde do Espírito Santo confirmou que ao menos nove pessoas contaminadas no surto de uma doença misteriosa no Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória, testaram positivo para a presença do fungo histoplasma, comum em fezes de animais como aves e morcegos.

O fungo é responsável por causar histoplasmose, uma doença que pode ser assintomática ou evoluir para óbito. As vítimas da contaminação apresentaram sintomas como febre, dor no corpo e falta de ar.

Os resultados positivos vieram de oito funcionários do hospital, voltado ao tratamento contra câncer no estado, e uma acompanhante de paciente.

A presença de anticorpos nos organismos dos casos suspeitos foi confirmada após testes realizados pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que investiga as causas da contaminação em conjunto com o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Espírito Santo).

Hospital Santa Rita (Foto: Divulgação)

No momento, há 93 casos suspeitos em monitoramento, 76 funcionários do hospital, 11 acompanhantes e seis pacientes. Cinco pessoas permanecem internadas, duas delas em UTI.

“A nossa investigação caminha para conclusão de que o surto do Santa Rita está sendo causado por um fungo histoplasma, que é um fungo comum em fezes de animais, em especial aves e morcegos, que podem estar na região”, disse o secretário de Saúde, Tyago Hoffmann, em vídeo divulgado nesta terça (4).

Segundo Hoffmann, a pasta vai realizar outros testes para confirmar se todos os casos suspeitos têm relação com o fungo.

De acordo com o Ministério da Saúde, não há transmissão do histoplasma entre seres humanos, nem de animais para pessoas.

Normalmente a infecção ocorre por inalação de partículas. Além da presença em fezes de animais, o fungo pode estar presente no solo e em árvores. O principal grupo de risco é o de trabalhadores rurais.

Uma amostra de água de um bebedouro do hospital apresentou resultado positivo para a bactéria Burkholderia cepacia. No entanto, nenhum exame de sangue indicou possível contaminação, e não foi detectada a presença do microrganismo em outros pontos do sistema hidráulico.

As principais hipóteses, antes do resultado dos testes, eram de contaminação por fungo ou por bactéria. Na segunda-feira (3), o secretário de Saúde disse que os sintomas clínicos dos pacientes e a falta de transmissão interpessoal indicavam a primeira opção.

“O fungo se encaixa nessa investigação. Em relação à bactéria, normalmente ela causa quadros mais agravados do que foi visto até agora. Além do mais, não foi encontrada em nenhum teste em pacientes”, afirmou.

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