A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, na manhã desta sexta-feira (26), uma operação de grande porte contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). O objetivo é localizar e prender os envolvidos no assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da corporação, executado a tiros em 15 de setembro, em Praia Grande, no litoral sul paulista.
A ofensiva ocorre em diferentes pontos do estado e conta com a participação de mais de 20 viaturas, cerca de 80 agentes e quatro delegados. Mandados de prisão e de busca e apreensão são cumpridos tanto na capital quanto no interior, além da atuação de uma força-tarefa no litoral, região onde ocorreu o crime.
O caso é tratado como prioridade pela cúpula da Segurança Pública. Segundo o secretário Guilherme Derrite, a principal linha de investigação aponta o PCC como mandante da execução, em razão do histórico de enfrentamento de Ferraz à facção criminosa. Outra hipótese levantada é uma possível ligação com o trabalho do ex-delegado como secretário municipal em Praia Grande.
“O Garra/Dope, através da equipe de intervenções estratégicas que está participando da força-tarefa da delegacia-geral que investiga o crime envolvendo o ex-delegado-geral, realiza diligências. As investigações estão avançadas. É uma grande força-tarefa que nos próximos dias também terá mais pessoas presas, mais respostas a esse crime horrendo e violento.” disse Tom Blumer, delegado do Garra/Dope
No total, são cumpridos seis mandados de busca e dois de prisão.
Felipe Avelino da Silva, Luis Antonio Rodrigues de Miranda, Luiz Henrique Santos Batista, Flávio Henrique de Souza, Dahesly Oliveira Pires e Rafael Marcell Dias Simões, respectivamente, são alguns dos identificados pela polícia (Foto: Reprodução)
Oito suspeitos identificados pela polícia
Na quinta-feira (25), a polícia identificou o oitavo suspeito de participação no crime: Umberto Alberto Gomes, de 39 anos. As digitais dele foram encontradas em um imóvel usado pelos criminosos em Mongaguá. Ele está foragido, com prisão decretada pela Justiça.
Até o momento, quatro pessoas foram presas e outras quatro seguem procuradas.
Os presos são:
- Willian Silva Marques, dono de um imóvel em Praia Grande onde teria sido guardado um fuzil usado no crime;
- Dahesly Oliveira Pires, acusada de buscar a arma;
- Luiz Henrique Santos Batista, o “Fofão”, suspeito de auxiliar na logística e fuga dos criminosos;
- Rafael Marcell Dias Simões, o “Jaguar”, que se entregou à polícia em São Vicente.
Foragidos:
- Felipe Avelino da Silva, o “Mascherano”, teve DNA encontrado em um dos carros usados no crime;
- Flávio Henrique Ferreira de Souza, também identificado por DNA;
- Luis Antonio Rodrigues de Miranda, acusado de ordenar a busca de uma das armas;
- Umberto Alberto Gomes, identificado por digitais.
A polícia ainda apura o envolvimento de Fernando Gonçalves dos Santos, o “Azul” ou “Colorido”, apontado como chefe do PCC na Baixada Santista.
Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido como “Azul” ou “Colorido” (Foto: Reprodução)
Quem tiver informações pode ligar para o Disque-Denúncia, no telefone 181, sem necessidade de identificação.
O que dizem as defesas
A defesa de Willian Silva Marques afirmou que ele está à disposição da polícia para prestar esclarecimentos e que não tem relação com o crime. Já a defesa de Dahesly Oliveira Pires disse que não irá se pronunciar no momento. Os representantes dos demais suspeitos não foram localizados pela reportagem.